Três histórias judaicas

A prece dos rebanhos

A tradição judaica conta a história de um pastor que sempre dizia ao Senhor: "Mestre do Universo, se tiveres um rebanho, eu o guardarei de graça, pois Te amo".

Certo dia, um sábio ouviu a estranha prece. Preocupado com uma ofensa a Deus, ensinou ao pastor as rezas que conhecia. Mas, assim que se separaram, o pastor esqueceu as orações; entretanto, com medo de ofender a Deus pedindo para guardar rebanhos, resolveu abandonar por completo qualquer conversa com Ele.

Naquela mesma noite o sábio teve um sonho: "Quem guardará os rebanhos do Senhor?", dizia um anjo. "O pastor rezava com seu coração, e você ensinou-o a rezar com a boca."

No dia seguinte o sábio voltou ao campo, pediu perdão ao pastor, e incluiu a Prece do Rebanho em seu livro de salmos.

O que me faz sofrer

O rabino Moshe de Sassov reuniu os seus discípulos, para dizer que finalmente havia aprendido como amar seu próximo. Todos pensaram que o santo homem tivera uma revelação divina, mas Moshe negou.

- Na verdade - comentou ele - hoje de manhã eu saía de casa para algumas compras, quando vi minha vizinha, Esther, conversando com seu filho. Ela lhe perguntou:

"Você me ama?"

O filho disse que sim. Então Esther insistiu:

"Você sabe o que me faz sofrer?"

"Não tenho a menor idéia" respondeu o filho.

" Como pode me amar, se não sabe o que me faz sofrer? Procure descobrir rápido todas as coisas que me deixam infeliz, pois só assim seu amor será impecável."

E o rabino Moshe de Sassov concluiu:

O verdadeiro amor é aquele que consegue evitar sofrimentos desnecessários.

O que alegra a Deus

No dia da Alegria da Torah, os alunos de Ball-Shem festejavam, bebendo o vinho do mestre. A mulher do rabino reclamou:

"Se tomarem o vinho, não restará nada para a santificação", disse ela.

"Acabe com a festa", respondeu o rabino.

A mulher foi até a sala onde os alunos bebiam. Mas assim que abriu a porta, mudou de idéia e voltou ao marido.

"Por que não fizeste nada?", perguntou Baal-Shem.

"Porque dançavam, cantavam, e se alegravam com a vida", respondeu a mulher. "Não tive coragem".

"Você entendeu tudo: é desta maneira que Deus recebe a gratidão do seu povo - vendo que estão contentes. Vá até lá e sirva mais vinho aos meus discípulos", concluiu o rabino.

O lábio selado

O discípulo do rabino Nachman de Bratzlava procurou-o:

"Não consigo conversar com Deus".

"Ïsto acontece com freqüência", comentou Nachman. "Sentimos que a boca está selada, ou que as palavras não aparecem. No entanto, o simples fato de fazer um esforço para superar situação, já é uma atitude benéfica".

"Mas não é o suficiente", insistiu o discípulo.

"Tem razão. Nestas horas, o que se deve fazer é virar-se para o alto e dizer: Meu Deus, estou tão longe de Ti que não consigo nem acreditar na minha voz".

"Porque, na verdade, Deus escuta e responde sempre. Somos nós que não conseguimos falar, com medo que Ele não preste atenção."

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