XXX DOMINGO TEMPO COMUM

Lc 18, 9-14
Diácono Valderi




Estimados irmãos e irmãs!



...quem se humilha será exaltado (Lc 18,14).
Encontramos nesta parábola de Jesus dois personagens, um dos quais é muito conhecido por ser encontrado muitas vezes nos evangelhos em disputa com Jesus, falo do fariseu.
Os fariseus eram um grupo (ou seita) do judaísmo, que provavelmente tinham sua origem no profeta Esdras. O nome fariseu vêm do hebraico e do aramaico, significando separados, aqueles distinguidos para expor a Lei. Eram rígidos observantes da lei, e faziam com que o judaísmo se tornasse assim: religião extremamente observante da lei.
Jesus por muitas vezes nos evangelhos os classifica de falsos, chamando-os de serpentes! Raça de víboras!; Sepulcros caiados; cegos guias de cegos e hipócritas. Na realidade foram eles os mais ferrenhos opositores de Jesus, sendo assim, opositores da vinda do Messias.
Mas o que os fazia ser tão maléficos aos olhos de Jesus? Eles tinham boa intenção: cumprir a lei dada por Deus, porém, por falta de vigilância e ascese, como não raras vezes acontece, caíram numa das mais perigosas vaidades: o orgulho de querer ser perfeito!
Ao abraçar as vias da santidade, é indispensável ao Cristão colocar o interesse de Deus acima de toda a criação, como também, devotar aos interesses do próximo uma atenção maior do que aos seus próprios – não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome demos glória (Sl 113,1).
O evangelho do Domingo passado terminava com a seguinte pergunta: Mas, quando vier o Filho do Homem, acaso achará fé sobre a terra? (Lc 18,8). A fé é a virtude de quem põe em Deus sua confiança, e não em si próprio. Diz-nos Santo Agostinho: a fé não é do soberbo, mas sim do humilde. Contra a soberba (Jesus) põe a parábola sobre a humildade (Sermo 115,2).
A parábola se destina aos que supervalorizam suas qualidades, julgando-se santos e até mesmo impecáveis, tratando os demais com desprezo.
Este ensinamento de Jesus quer denunciar três vícios que podemos estar cultivando em nós: confiança em si próprio; presunção de santidade e desprezo pelos outros. Se percebermos bem são todos exatamente o oposto das principais virtudes que devemos ter: fé é confiança em Deus; humildade nos obriga a colocarmos sempre a cominho sem se achar perfeitos e a caridade que jamais fará desprezar alguém.
Considerando isto, podemos dizer que a oração do fariseu é inútil, porque não colocou Deus em primeiro lugar, não O glorificou, não O suplicou ajuda ou força, mas exaltou sua própria condição. Não foi uma oração, mas uma manifestação hipócrita de um ególatra, alguém que por orgulho cai no egoísmo de olhar para o lado e pensar que “ainda bem não sou como estes”... Nossa oração pode estar seguindo este caminho, e não fica só na oração, pois nela eu reflito tudo o que sou e em tudo o que estou convicto.
A oração humilde do publicano o salvou, digo isto porque Jesus disse que este foi justificado, e Deus ao justificar alguém o está salvando porque lhe faz justiça dando a Ele o prêmio que merece.
Portanto, lembremos: Se não sabemos como estou sendo (fariseu ou publicano), pensemos em nossas virtudes e em nossa coerência de vida com a fé. Se já praticamos as virtudes (mesmo que seja um pouco), vigiemos para não cairmos no vício deste fariseu que se achou perfeito diante daquele que é a perfeição e sabe perscrutar o mais profundo de nosso ser.
...quem se humilha será exaltado (Lc 18,14), busquemos este conselho constante em nossa vida, nossos gestos e nossa oração.

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