Os dez passos

O beneditino Steindl-Rapaulo-coelho st fala da experiência no mosteiro: "As pessoas costumam associar a vida religiosa com a negação de todos os prazeres; isto é errado. O ascetismo significa a disciplina dos sentidos - de modo que você possa desenvolver ainda mais sua compreensão da existência. A vida no mosteiro é um constante treinamento, uma busca de qualidade no estudo, na língua, na alimentação, e na prece".
"Se você refinar sua dieta, será obrigado a abrir mão de certos alimentos. Entretanto, na medida em que esta dieta começa a fazer bem, você verifica que não está fazendo nenhum sacrifício. Um bom corredor, músico, jardineiro, - qualquer pessoa que faz algo com paixão - esquece facilmente certas coisas, pois está concentrado na sua arte. O mesmo acontece com o serviço religioso".
Yitzchak Isaac de Kamarna costumava usar uma loja de doces para exemplificar a busca espiritual.
A pessoa entra numa loja deste tipo, com várias espécies de balas e bombons: a primeira coisa que o doceiro faz é dar uma amostra de cada produto, para que se possa ter uma idéia do gosto.
Quando - depois de provar um pouco de tudo - o cliente decide por algo, o vendedor diz: "agora você terá que pagar, para comer aquilo que lhe deu tanto
prazer".
Todo nós, no início de qualquer jornada, temos o que é chamado de "sorte de principiante". A amostra grátis da Luz Divina está plantada no coração, e acorda ao menor sinal. Mas à medida que escolhemos o caminho, então cabe a nós pagar seu preço - se desejamos seguir adiante.
A tradição oral listou os dez passos do Caminho espiritual:
A inquietação: a pessoa percebe que precisa mudar de vida, seja por tédio, ou por sofrimento.
A busca: vem a decisão da mudança. A busca se dá com livros, cursos, encontros.
A decepção: começam as trocas de caminho.
Aquele que está buscando percebe os problemas e defeitos dos que ensinam.
Por mais que mude de corrente filosófica, religião, ou sociedade secreta, encontra os problemas clássicos: vaidade e busca de poder.
A negação: é comum abandonar o caminho depois de constatar que os que estão nele ainda não resolveram seus problemas.
A angústia: o caminho foi abandonado, mas uma semente foi plantada: a fé. E cresce dia e noite.
A pessoa sente-se desconfortável, com a sensação de que descobriu e perdeu.
O retorno: por causa de outra ruptura séria [uma tragédia, um êxtase, etc.] a pessoa descobre que sua Fé está viva. E a fé, se for bem cultivada, resiste a qualquer decepção.
O mestre: o momento mais perigoso. Mestre são apenas pessoas experientes. O caminho é individual, mas neste momento pode desvirtuar-se, e virar coletivo.
Os sinais: o mestre é abandonado, quando o caminho se mostra por si mesmo. Através dos sinais, Deus lhe ensina o que precisa saber.
A noite escura: são feitas as Escolhas. A pessoa muda sua vida, e dá seus passos - apesar do medo.
A comunhão: é o momento em que, como dizia São Paulo, a própria Divindade passa a habitar a pessoa.
O mistério dos milagres se manifesta em toda maravilha e grandeza.

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