39. II. Principios de moralidade são todos os elementos do ato humano que tem qualquer relação com a norma de moralidade, a saber: o objetivo, as circunstâncias e o fim.
Para que o ato seja moralmente bom, requer-se que nenhum dos três elementos se oponha à norma de moralidade.
40. 1. O objetivo é aquilo a que se dirige o ato por exemplo o bem alheio, no furto.
O objetivo do ato pode ser bom, mau, indiferente.
41. 2. As circunstâncias podem afetar o objetivo, o agente ou a ação, por exemplo, furtar uma coisa sagrada, maltratar a própria mãe, odiar por muito tempo. As circunstâncias podem transformar a ação boa em má, o pecado leve em pecado grave e vice-versa, podendo também emprestar ao ato nova malícia e nova bondade.
O ato externo provavelmente recebe todo o seu valor e desvalor do afeto interno e portanto não influe, por si mesmo, na bondade ou na malícia da ação; mas acidentalmente pode influir no valor moral fazendo que se repitam mais amiúde os atos internos, que durem mais tempo, que aumentem em intensidade; pode influir outrossim causando escândalo ou servindo de edificação.
42. 3. O fim é o bem que move o agente a praticar o ato.
Quando o fim é gravemente culpável, a ação toda é má, quer seja o fim único quer seja fim parcial. Quando o fim é levemente culpável, a ação toda é levemente culpável, se houver somente este fim; havendo também fins bons, o ato será em parte bom e em parte mau, por exemplo, dar esmola por compaixão e por vaidade. O fim bom acrescenta nova bondade à ação boa em si; nunca porém tira a malícia ao ato mau, pois o fim não justifica os meios.
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