DÉCIMA SEGUNDA ESTAÇÃO: Jesus morre na Cruz

A partir do meio-dia, houve trevas em toda a região, até às três horas da tarde. E, pelas três horas da tarde, Jesus bradou com voz forte: "Eli, Eli, lemá sabachthani", quer dizer, "Meu Deus, Meu Deus, porque Me abandonaste?" Alguns dos presentes ouviram e disseram: «Está a chamar por Elias». E logo um deles correu a pegar numa esponja, ensopou-a em vinagre, pô-la numa cana e deu-Lhe a beber. Mas os outros disseram: «Deixa lá! Vejamos se Elias vem salvá-Lo». E Jesus, dando novamente um forte brado, expirou.

Entretanto, o centurião e os que estavam com ele de guarda a Jesus, ao verem o tremor de terra e o que estava a suceder, ficaram aterrados e disseram: «Ele era, na verdade, Filho de Deus».

(Do evangelho segundo São Mateus 27, 45-50.54)

V. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi.
R. Quia per sanctam crucem tuam redemisti mundum.

Hora derradeira em que vemos o Criador que se sujeitou a natureza humana, padecer do inevitável para os mortais. Nos coloquemos junto com estes que permaneceram ali, ao redor da cruz, olhemos para a mesma direção que olham, sintamos no rosto o mesmo vento que também faz esvuaçarem os véus das mulheres que ali estavam. Sintamos o cheiro da terra, pedregosa mas firme, onde supostamente o próprio Abraão viveu. Vejamos as expressões se indagando o porque sentiam que este a morte deste homem se tornara tão diferente que a outras. Veremos que na verdade, todos que acompanharam esta paixão de Cristo, mudaram alguma coisa em suas vidas, pois é impossível presenciar o sofrimento de Cristo e não mexer em algo na própria vida.

Pilatos, o juiz injusto, tornou-se profeta sem querer. Perante a opinião pública mundial é proclamada a realeza de Jesus. O próprio Jesus não tinha aceite o título de Messias, enquanto poderia induzir a uma idéia errada, humana, de poder e de salvação. Mas, agora, o título pode estar escrito ali publicamente sobre o Crucificado.

Ele, assim, é verdadeiramente o rei do mundo. Agora foi verdadeiramente «elevado». Na sua descida, Ele subiu. Agora cumpriu radicalmente o mandamento do amor, cumpriu a oferta de Si próprio, e precisamente deste modo Ele é agora a manifestação do verdadeiro Deus, daquele Deus que é amor. Agora sabemos quem é Deus.

(Via Sacra. Meditações e Orações pelo Cardeal Joseph Ratzinger, 2005)

Jesus assume seu trono de Rei. Para o mundo é estranho e inverso ao que concebe, mas o trono deste Rei é diferente , não é crivado de pedras preciosas nem forjado no metal preciso. O trono de Cristo é a Cruz, é lá que recebe a glorificação do Pai, é lá Sua hora, momento em que assume toda a Sua divindade destruindo a morte e dando-nos a vida.

Agora sabemos como é a verdadeira realeza. Jesus reza o Salmo 22, que começa por estas palavras: «Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?» (Sal 22/21, 2). Assume em Si mesmo todo o Israel, a humanidade inteira, que sofre o drama da escuridão de Deus, e faz com que Deus Se manifeste precisamente onde parece estar definitivamente derrotado e ausente.

A cruz de Cristo é um acontecimento cósmico. O mundo fica na escuridão, quando o Filho de Deus sofre a morte. A terra treme. E junto da cruz tem início a Igreja dos pagãos. O centurião romano reconhece, compreende que Jesus é o Filho de Deus. Da cruz, Ele triunfa sem cessar.

(Via Sacra. Meditações e Orações pelo Cardeal Joseph Ratzinger, 2005)

Graças a Ti, nosso Deus! Pois não somente pensaste no ser humano, mas em toda a criação, necessitada de restauração. Sua morte deixou-nos em breve instante nas trevas, escuridão sem Deus, mas logo iluminou com nova e infintamente radiante luz. A criação novamente viu seu ser regenerado em sua natureza por Aquele que a criou.

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