Solenidade de São José

Eis o servo fiel e prudente, a quem o Senhor confiou a sua casa. (Antifona de entrada da Solenidade de São José)

Sao Jose com Menino

Deus, querendo realizar o plano de salvação da humanidade quis contar com a colaboração do próprio homem. Assim como no Antigo Testamento quis servir-se de porta-vozes para fazer conhecer ao povo sua vontade e deixar a ele sua orientação, também chamou a criatura para colaborar com o criador na restauração da própria obra criada. Neste empenho, escolheu José, a quem celebramos neste dia.

A vida de São José é relatada nos "Atos de São José", que é tido por muitos como sendo apócrifo, mas estudiosos como Origens, Euzébio e São Cipriano fazem referência em suas obras. Nesses "Atos" José teria se casado jovem e só foi prometido a Maria quando já era viúvo. José teria tido, no primeiro casamento, duas filhas e quatro filhos sendo o caçula chamado Tiago, que Jesus considerava como irmão e com ele teria passado sua infância e parte de sua adolescência. E Maria achou o menor Tiago na casa de seu pai e este estava triste pela perda de sua mãe e Maria o consolou e o criou. Assim Maria é as vezes chamada de mãe de Tiago. Com o passar dos anos o velho José tinha uma idade bem avançada, mas nunca deixou de trabalhar, nunca sua vista falhou e nunca ficava sem rumo, tonto, e como um rapaz ele tinha vigor e suas pernas e braços permaneceram fortes e livres de nenhuma dor. Quando aproximou-se a sua hora um anjo do Senhor veio até ele e disse a ele que estava para morrer e ele levantou-se e foi para Jerusalém orar no santuário e disse: "O Deus autor da consolação, O Senhor da compaixão, ó Senhor de toda a raça humana, Deus de meu corpo e espirito, com súplica eu Vos reverencio e Ó Senhor e meu Deus, se agora meus dias terminam e eu preciso deixar este mundo, peço a Vós que envie o arcanjo Miguel, o príncipe dos Vosso anjos, e deixe ele ficar comigo e leve minha alma deste aflito corpo sem problemas e sem terror. E José foi enterrado pelos seus amigos e parentes sem o odor dos mortos.

(http://www.cademeusanto.com.br/sao_jose.htm)

Como ouvimos no evangelho, José era filho de Davi, ou seja, era da descendência do grande rei Davi do Antigo Testamento, trazia em seu sangue o nobre selo da realeza adquirida pela própria vontade de Deus. Nisto, ao querer Deus que José fosse o pai de Jesus, dá a Seu Filho o trono de Davi. Nada mais adequado que o Rei dos Reis nascesse dentro de uma linhagem real, mesmo que humana. Isto faz de José não somente da família real mas o faz portador de uma dignidade que outro talvez não teria, uma dignidade que vem junto com a linhagem, uma dignidade que foi dada a Davi pelo próprio Deus ao escolhê-lo e ungi-lo (1Sm 16, 12-13). José como pai adotivo de Jesus lega a ele esta descendência real, assim, Jesus é Rei nos Céus e Rei na Terra.

José, o último dos Profetas

Também recebe o título de último dos profetas junto com são João Batista, pois ele aponta o Messias, mesmo que sem manifestações, levando uma vida presidida pela discrição, José mostra a quem o conhece o Cristo que veio para salvar. Sua vida foi um inteiro anúncio deste Cristo, mesmo vivendo na simplicidade, com seu trabalho e atitude reta chama a atenção e assim mostra seu filho, menino que lhe foi dado mas que é seu Senhor.

Patriarca do Antigo Testamento

Recebe igualmente o título de último dos patriarcas do Antigo Testamento, pois recebe o dom dos sonhos (Gn 28, 10-20) que o faz zelador e edificador do povo. Este dom dos sonhos marcou sua entrada na história da encarnação do Verbo: José, Filho de Davi, não tenhas medo de receber Maria como tua esposa (Mt 1,20). Em uma reação naturalmente humana, José pensa em se desfazer da união comprometida com Maria, mas sua virtude o impulsionara a fazer isto em segredo para prejudicar o mínimo possível aquela que tanto ama. Sua sabedoria que é acompanhada da virtude faz dele “pai das nações”, pois é com esta prudência acompanhada da sabedoria ao ouvir a voz de Deus, que José se sobressai como patriarca do povo.

José, o último dos justos

Ainda mais, é chamado último dos justos do Antigo Testamento que vive pela fé.

O louvor de José, tal como o Evangelho no-lo traça, encerra-se numa única e breve frase: era justo. Tal elogio, à primeira vista de um laconismo desconcertante, nada tem de medíocre. Na linguagem bíblica, o adjetivo "justo" designa todas as virtudes reunidas. No Antigo Testamento, justo é aquele a quem a Igreja dá o nome de santo: justiça e santidade exprimem a mesma realidade.

(Revista Arautos do Evangelho, Março/2007, n. 63, p. 18 à 23)

Na vida de José a justiça era algo sempre vivo, em todas as suas ações, palavras e pensamentos; é a sabedoria que o faz passar em tão alto grau para a história, mesmo os evangelhos não narrarem nada a respeito de sua vida. Não é pretensioso dizer como José vivia mesmo sem ter relato escrito de seu cotidiano, é pelo contrário movido pela certeza de que Deus não escolheria outro que não gozasse destas virtudes para custodiar Seu Filho Unigênito que podemos assim o tratar. É assim, que a Igreja se pronuncia a respeito de José, na firme convicção de que ele foi mesmo antes de nascer escolhido Sao Jose fuga para Egito por Deus para esta tão excelsa missão.

José refaz o caminho do antigo José que viveu no Egito (Gn 37; 50,22-26) naquela fuga bendita logo do nascimento de Cristo, para fugir daqueles que queriam matar o menino. Deste modo José faz cumprir nele e em Jesus o novo “êxodo” (Mt 2,13-23).

Patrono da boa morte

Na tradição cristã, José é invocado como patrono da boa morte. A muitos isto pode soar estranho, mas na verdade é graças a seu exemplo que muitos conseguem se preparar dignamente para a vida após a morte.

Por ter falecido nos braços de Jesus e Maria, São José é o padroeiro da boa morte. Pois se julga, e com razão, que ninguém foi tão bem assistido como ele em seus últimos momentos. Quase se poderia dizer que por isso o termo de sua vida foi tão suave e consolador que dele esteve ausente qualquer sofrimento ou angústia.

No entanto, não podemos esquecer que para José esta foi a suprema perplexidade de sua existência terrena. Pois, ao falecer, separava-se do convívio inefável com sua virginal esposa e com Jesus, o Filho de Deus. José partia para a Eternidade, deixando na terra o seu Céu...

(Revista Arautos do Evangelho, Março/2007, n. 63, p. 18 à 23)

Temos em São José um forte aliado para nos preparamos para a vida junto Deus. Refletindo sobre sua vida e como deve ter estado sempre reflexivo vendo seu filho, Jesus, caminhar, brincar e sabendo que Ele deveria mostrar a humanidade a verdadeira face de Deus, podemos tomar algumas posições em nosso cotidiano que nos preparam já aqui, para o encontro com Deus.

Morte de Sao Jose

Assunção de José?

Diz São Francisco de Sales: "Se é verdade o que devemos acreditar, que, em virtude do Santíssimo Sacramento que recebemos, os nossos corpos hão de ressuscitar no dia do Juízo Final, como podemos duvidar de que Nosso Senhor tenha feito subir ao Céu, em corpo e alma, o glorioso São José, o qual teve a honra e a graça de trazê-Lo tantas vezes em seus braços benditos? Não resta dúvida, pois, de que São José está no Céu em corpo e alma".

(Revista Arautos do Evangelho, Março/ 2007, n. 63, p. 18 à 23)

A Igreja não pronuncia oficialmente, mas nossa fé pode acreditar que este pai adotivo de Jesus, patrono da Igreja, patrono da boa morte, patriarca e profeta, recebeu tão grande graça de Deus que é quase impossível que não goze do merecido estado que sua esposa a Virgem Maria têm, ou seja, estar em corpo e alma no Reino dos Céus. Sabemos que ao morrer não ressuscitamos imediatamente no corpo, isto esta prometido para o juízo final. Maria é a primeira dos seres humanos que já esta junto de Deus na unidade de corpo e alma. José também pode estar com ela neste estado, visto que para melhor manter a unidade desta santa união matrimonial Deus assim o permitiria. Então, pela nossa fé, podemos acreditar que José também foi assunto ao céu, como Maria.

Será ele que constituirá uma casa para meu nome, e eu firmarei para sempre o seu trono real (2Sm 7,13). Deus confiou a José Seu Filho, que honra maior do que está podemos imaginar? Este varão, teve a maior das graças ao custodiar aquele que o universo não consegue abarcar. Ele o carregou nos braços, o embalou e ensinou, corrigiu e orientou. Fez tudo isso muito bem feito, e Deus confirmou seu sua dignidade real em Seu Filho Jesus.

São José, caminhe conosco nesta vida às vezes sofrida e sem orientação para o que fazer ou que decisão tomar. Através de sua sabedoria junto a Sagrada Família nos indique sempre o melhor a fazer para nos prepararmos nesta via que trilhamos em vista na vida eterna junto de Ti e da Virgem Maria.

Jesus Maria Jose (2)

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