Adoração da Cruz [I]

Cruz fiel, árvore nobre, que flor e fruto nos dais!

Árvore alguma se cobre das mesmas pompas reais.

Lenho que o sangue recobre, ao Homem Deus sustentais!

Cruz santa, fiel, árvore distinta das demais, igual a ela não exitiu nem poderá existir, visto que o que Ela susteu não maisCruz no monte se repetirá. Este evento foi único e irrepetível, nada poderá fazer com que Deus o repita, pois não é necessário fazer tal renovação, este sacrifício perfeito nunca precisará ser repetido tal como realizado da primeira vez. O que sim, fazemos é atualiza-lo em cada Santa Missa, mas por força da Redenção que este sacrifício nos conseguiu, e por ser necessário atualiza-lo para sermos beneficiados por seus méritos.

É verdade que se diz que nenhuma árvore se vestiu com as mesmas pompas que esta, onde repousou o Rei dos Reis. Ela foi ornamentada com as mais finas vestimentas, a roupagem da mais digna honra, das mais altas virtudes; nela esta o tecido da humildade, da justiça, da magnanimidade; nesta árvore de elevada honra vestiu-se os linhos mais puros da santidade, onde a pureza se avista dos mais distantes montes.

Grande é a felicidade deste lenho, que recebeu o autor da vida, o autor da sua própria existência. Viu-se mais feliz ao sentir escorrer por suas fibras o sangue que, em valor, nada compara. Viu cada gota que passeava sem rumo diante da indiferença dos homens que causavam tanta dor ao Homem Deus sustentado em teus braços.

Cantemos hoje em memória da luta que houve na cruz,

este sinal da vitória, que todo um povo conduz;

nela, coberto de glória, morrendo, vence Jesus!

Como povo, admirados e extasiados, nos resta elevar hinos e cantos, lembrando a dramática batalha travada entre o mal e o bem, ente a morte e a vida. Batalha onde o vencido tinha motivos para dar a entender a morte que ela poderia vencer, mesmo a morte sabendo que este que ali deixava escorrer Seu sangue era o Filho de Deus. Este Homem Deus, batalhando para mostrar aos homens que a morte vai ser vencida, engana a morte, deixando-a acreditar que venceria por força deste Filho de Deus ter livremente se entregue aos algozes sem relutar. Mas esta cruz, é sinal de vitória, não da morte, mas da vida. Por isso, ela se torna sinal que conduz o povo a vida, indicando que cada homem, para alcançar a vida deve aceitar o sofrimento, sentir a dor mas suporta-la por amor a Deus. A morte vira vida, sinal da vitória do Filho, que morreu nesta cruz e assim, enganou e venceu o mal e a morte, deixando-os abaixo de Seus pés.

O Criador, apiedado da maldição que ocorreu

quando, do lenho vetado, Adão o fruto mordeu,

para curar o pecado um outro lenho escolheu.

Doce Criador, quão maravilho sois! Amais tanto suas pequenas criaturas que consegue apiedar-se de nós, tão miseráveis pela gravidade dos inúmeros pecados. Consegues olhar além de nossas faltas, a grande maioria cometida com plena liberdade e consentimento, e debruçar-Se com puro amor fazendo Seu Filho nascer com nossa natureza, e logo após, de modo inimaginável, sofrer e padecer neste lenho que hoje adoramos. Adão, caido na cilada que o inimigo lhe armara, recostou numa árvore e dela recebeu a chave do pecado no mundo. Neste ato, este homem colheu de uma árvore a maldição para todo gênero humano. Mas, chegado o tempo da piedade de Deus, um outro homem, recosta noutro madeiro e dele colhe a vida, desfazendo a maldição da morte e inalgurando o tempo da vida, colhida deste lenho, simbolo não da morte, mas da vida eterna.

Da árvore da morte Adão colhe o fruto, fato que não traria a maldição da morte eterna se não fosse o segundo ato, morde-lo. Sempre nosso segundo ato nos merece a morte, quando nos encontramos com o pecado. Primeiro recebemos, ou percebemos a tentação, a partir daí fica sempre à nossa liberdade passar ou não a um segundo ato que pode nos levar a morte para Deus. Nesta luta constante para viver na graça de Deus é necessário ficarmos atentos a este primeiro ato, onde a tentação aparece, pois muitas vezes o pecado se nos apresenta de forma dissimulada, imperceptível a uma olhada rápida e desatenta.

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