DÉCIMA TERCEIRA ESTAÇÃO: Jesus é descido da Cruz e entregue a Sua mãe

Os soldados foram e quebraram as pernas ao primeiro e também ao outro que tinha sido crucificado juntamente com Ele. Mas, ao chegarem a Jesus, vendo que já estava morto, não Lhe quebraram as pernas. Porém, um dos soldados traspassou-Lhe o peito com uma lança e logo brotou sangue e água. Aquele que viu estas coisas é que dá testemunho delas e o seu testemunho é verdadeiro. E ele bem sabe que diz a verdade, para vós crerdes também. (…) Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas secretamente por medo das autoridades judaicas, pediu a Pilatos que lhe deixasse levar o corpo de Jesus. E Pilatos permitiu-lho. Veio, pois, e retirou o corpo.

(Do Evangelho segundo João 19, 32-35.38)

V. Adoramus te, Christe, et benedicimus tibi.
R. Quia per sanctam crucem tuam redemisti mundum.

Cristo, morto na cruz, é visto como derrotado, como alguém que não conseguiu atingir o que pretendia. Mas o que Cristo pretendia?! Em nossa mente, tão formada segundo a relatividade das coisas, não consegue compreender perfeitamente o significado profundo das atitudes de Deus, ainda nos é difícil ter a certeza de que conseguimos enxergar os desejos de Deus no curso da história. O certo é que aquele que morreu na cruz, não saiu dali derrotado, vencido, pois não se pode declarar derrotado quem se entregou voluntariamente nas mãos da morte.

Jesus morreu, o seu coração é trespassado pela lança do soldado romano e dele brotam sangue e água: misteriosa imagem do rio dos sacramentos, do Batismo e da Eucaristia, dos quais, em virtude do coração trespassado do Senhor, renasce incessantemente a Igreja.

E não Lhe são quebradas as pernas, como aos outros dois crucificados; deste modo Ele aparece como o verdadeiro cordeiro pascal, ao qual nenhum osso deve ser quebrado (cf. Ex 12, 46).

E agora que tudo suportou, vemos que Ele, apesar de toda a confusão dos corações, apesar do poder do ódio e da covardia, não ficou sozinho. Os fiéis existem. Junto da cruz, estavam Maria, sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria, Maria de Magdala e o discípulo que Ele amava.

(Via Sacra. Meditações e Orações pelo Cardeal Joseph Ratzinger, 2005)

O Senhor sabia que na hora do sofrimento, estaria sujeito a solidão. Temos esta fraqueza em nossa natureza, é o amedrontamento diante de uma situação extrema, nestes momentos batem mais forte os sentimentos de egoísmo e “sobrevivência” que não nos permite ficar ao lado de quem precisaria ao menos de consolo. Este amedrontamento acontece diante da morte, principalmente. É diante dela que muitos se vêem ínfimos e passageiros neste mundo, algo que fere seu desejo de “eternidade” neste mundo.

… chega também um homem rico, José de Arimatéia: o rico encontra modo de passar pela buraco de uma agulha, porque Deus lhe dá a graça. Sepulta Jesus no seu túmulo ainda intacto, num jardim: o cemitério onde fica sepultado Jesus transforma-se em jardim, no jardim donde fora expulso Adão quando se separara da plenitude da vida, do seu Criador.

O túmulo no jardim faz-nos saber que o domínio da morte está para terminar. E chega também um membro do Sinédrio, Nicodemos, a quem Jesus tinha anunciado o mistério do renascimento pela água e pelo Espírito. Até no Sinédrio, que tinha decidido a sua morte, há alguém que acredita, que conhece e reconhece Jesus após a sua morte.

Sobre a hora do grande luto, da grande escuridão e do desespero, aparece misteriosamente a luz da esperança. O Deus escondido permanece, em todo o caso, o Deus vivo e próximo. O Senhor morto permanece, em todo o caso, o Senhor e nosso Salvador, mesmo na noite da morte. A Igreja de Jesus Cristo, a sua nova família, começa a formar-se.

(Via Sacra. Meditações e Orações pelo Cardeal Joseph Ratzinger, 2005)

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