Sábado - At 9,31-42 Jo 6,60-69

III Semana do Tempo Pascal

Pe. Valderi aos Seminaristas de Filosofia da Diocese de Frederico Westphalen

Queridos seminaristas.

No relacionamento de Jesus com seus discípulos nos espelhamos para conviver com o Mestre. É justamente naqueles momentos que encontramos nos evangelhos em que Jesus se dirigia a eles, ou que orava em sua companhia, que percebemos um pouco do que podemos fazer para agir como Cristo gostaria que fizéssemos. Quem nunca desejou estar no lugar de Pedro no monte Tabor? Ou no lugar de João na Ceia da quinta-feira quando pode recostar a cabeça no peito de Jesus e sentiu seu coração batendo? Ou ainda, no lugar de Tomé quando o Senhor Ressuscitado apareceu para que ele pudesse tocar em Seu corpo glorioso? Certamente, já nos imaginamos algumas vezes ali, junto de Cristo ao lado de Pedro, Tiago, João, Mateus e os outros apóstolos.

Esta palavra é dura...

Ouvindo este evangelho de hoje, o primeiro versículo já nos surpreende: esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la? (Jo 6,60). Estes discípulos comentavam isto logo após o discurso do Pão da Vida em que Jesus declara: quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna... (Jo 6,54). Para quem o seguia, apesar de terem já ouvido muitas palavras esclarecedoras de Jesus a respeito da vida eterna, dos pecados, da atitude farisaica principalmente em relação ao próximo, esta declaração de Cristo parecia muito forte, pois quem poderia imaginar comer carne humana e beber sangue humano para entrar na vida eterna? Não podemos condená-los por esta atitude duvidosa a respeito do que disse o Senhor, pois nos colocando lá, com a mentalidade daquela época, possivelmente faríamos o mesmo. O que não conseguiram captar desta crua declaração de Cristo, os apóstolos puderam sentir que Jesus falava algo que certamente tinha um significado mais profundo. Por isso, a respeito desta pergunta que estes discípulos fizeram, devemos nos ater não nestes que abandonaram a Cristo, mas nos que ficaram, pois revelaram que a fé por vezes não necessariamente vai trazer todas as respostas de imediato, mas nos dá capacidade de esperar pela confiança na Palavra do Senhor.

Vós quereis ir embora também?

No meio de nossa caminhada vocacional, podemos por vezes nos encontrar como discípulos diante de palavras “duras” de Jesus. Encontramo-las por vezes naqueles em que mais necessitamos de uma luz para nossa vida espiritual ou convivência com os irmãos. O que gostaríamos que fosse uma clara orientação de Deus para nossas vidas, por vezes acaba sugerindo que Ele esta nos repreendendo. Neste momento aquela pergunta de Jesus ressoa em nossa mente: vós também quereis ir embora? Então, pode surgir duas atitudes: a dos discípulos que não quiseram mais seguir a Cristo por conta de suas palavras, ou a dos apóstolos que mesmo sem entender perfeitamente permaneceram, pois sabiam que somente de Jesus vinham palavras de vida eterna (Jo 6,68).

Nossa confiança durante a caminha formativa deve girar em torno destas palavras de Pedro: a quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna (Jo 6,68). Em meio aos muitos conhecimentos que a formação me oferece, sempre haverá aqueles que me faram perder um pouco da sensibilidade da fé nas palavras de Cristo, por isso a importância de firmar esta frase de Pedro como lema para minha formação, para que ao sentir-se desafiado por Jesus em seu evangelho, possa ao menos declarar Lhe minha fé incondicional, mesmo não compreendendo adequadamente o que me diz.

A carne de nada serve.

Nas palavras de Cristo encontramos também o esclarecimento a respeito da fé na Eucaristia. A carne não adianta nada sem a fé. Fé que é transmitida pelo Espírito. Sem a aceitação pela fé do Cristo-sacramento, este alimento vindo do céu de nada adianta para nós. É claro que sacramentalmente Jesus esta ali, presente em corpo, alma e divindade, mas para quem o recebe de nada adianta sem a fé.

Para o seminarista não é diferente. Sem sua plena devoção e reverência ao Santíssimo Sacramento, a Carne de Cristo não terá a eficácia desejada pelo próprio Deus. Por isso, a renovação constante de nossa adesão ao Cristo Sacramento, alimento do céu para nos nutrir em nossa caminhada cristã e vocacional: nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o santo de Deus (Jo 6,69).

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