Vigília Pascal – Sábado Santo

Sábado Santo – Vigília Pascal
Gn 1,1.26-31a Gn 22,1-2.9.10.15-18 Ex 14,15-15,1 Is 54,5-14 Is 55,1-11 Br 3,9-15.32-4,4 Ez 36,16-28 Rm 6,3-11 Mc 16,1-7

Queridos irmãos.
Cantávamos a pouco, Ó noite de alegria verdadeira (Precônio Pascal). Noite santa em que ao mesmo tempo esperamos a manifestação vitoriosa de Deus, já o celebramos triunfante sobre as trevas da morte, antigo inimigo do homem.

Atentamente, ouvimos cada leitura desta liturgia, e nelas encontramos uma linha ininterrupta da ação divina na históriaCirio Pascal humana, sempre buscando-os levar a santidade, expressão da felicidade eterna. Desde a criação do homem e da mulher, Deus sempre esta presente, se manifestando para os conduzir ao bem, principalmente a partir do momento em que o homem experimentou a desobediência fazendo entrar na vida humana a realidade do mal, expressa no pecado pessoal. Este Criador, que ordenou a toda criação, desde plantas até animais, que servissem ao homem como sustento e instrumento, nunca abandonou a obra criada, e isto quer dizer que sempre esteve ao lado dos homens.

Esta permanência de Deus com os homens não O deixou sem resultado, viu surgir um verdadeiro filho de Deus, temente a Ele, obediente sempre, por amor e com muita confiança em Sua vontade. Abraão é a figura da obediência pela confiança exclusiva em Deus, por isso conquista à sua descendência e às nações de toda a terra a benção de Deus. Nós somos abençoados com a presença permanente do Senhor, graças a obediência de Abraão, que ao pedido de Deus, não recusou seu único filho para o sacrifício (cf. Gn 22,12). Ao pedido de Deus, não há outra opção a nós senão respondê-lo com plena confiança em sua Vontade, pois Ele nunca pede algo que destrua, fira, prejudique. Ao cumprir fielmente esta Vontade de Deus, somos beneficiados com Sua graça, ou seja, pela obediência a Deus seremos sempre abençoados.

Esta obediência a Deus, fez com que o povo judeu, que habitava como escravo no Egito, fosse resgatado deste estado de prisão. Deus providencia a passagem do povo para o outro lado, onde não mais há escravidão, onde há liberdade e por isso opção para obedecer e servir a Deus que agora os liberta.

Esta libertação que Deus promove é início da Aliança do Deus único com esta parcela da humanidade, que é o povo judeu. Por isso, esta passagem pelo mar é também momento para Deus se manifestar em sua glória, ou seja, Ele é glorificado para que o povo que Ele resgatou firme sua fé e confiança, por isso, se utiliza da derrota do Faraó e seu exército (cf. Ex 14,17). Ao longo da história de nossas vidas podemos também presenciar que Deus se utiliza de muitos momentos que poderiam ser tomados como derrotas ou tragédias, para manifestar sua glória e poder, para que que firmemos nossa fé Nele e tenhamos mais confiança em Sua Vontade, pois sabemos que nunca quererá algo de mal para seus filhos.

A confiança na benção do Senhor faz o povo cantar em louvor e ação de graças, Ele é meu Deus e o louvarei, Deus de meu pai e o honrarei (Ex 15,2). Este sentimento de conforto pela fé em Deus, não nos deixa temer as maldades do mundo, nem mesmo aqueles fatos da vida, que por vezes podem nos querer mostrar que Deus nos abandona, esquece de nós. Mesmo quando Ele mesmo diz-nos se afastar por alguns instantes logo afirma Seu retorno: Por um breve instante eu te abandonei, mas com imensa compaixão volto a acolher-te (Is 54,7). É a imensa compaixão de nossa fraqueza que não permite a Deus se ausentar em definitivo de nossas vidas, vê nossas agruras e sente a nossa dor, e por isso, não fica somente assistindo a tragédia das más escolhas humanas. Manifesta seu plano redentor e antes mesmo de enviar ao mundo Aquele que viria resgatar todos os homens e mulheres, afirma a eficácia de Sua ação: assim como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a alimentação, assim a palavra que sair de minha boca: não voltará para mim vazia (Is 55,10-11a). Esta Palavra que sai da boca de Deus é o Verbo que nasceu no tempo determinado por Sua vontade.
Este envio da Palavra de Deus ao mundo se tornou necessário visto que os homens se tornaram cada vez mais escravos do mal, deixando-se guiar pelo pecado. O povo de Israel tinha o caminho da vida a sua frente, era-lhe mostrado o que fazer para estar sempre na vontade do Senhor, mas preferiam seguir atalhos que não são abertos por Deus, mas pelo inimigo ardiloso, que sempre enfeita estes caminhos com realização pessoal, realização financeira, prazer, sucesso, e muitas outras coisas. O Senhor lamenta a atitude errada do povo que se desvia por estes caminhos: se tivesses continuado no caminho de Deus, viverias em paz para sempre (Br 3,13). Encontramos indicação para trilhar este Caminho da vida que Deus nos mostra, esta principalmente nos Dez Mandamentos entregues por Deus, mas também em toda a Sua Palavra na Sagrada Escritura.

Deus mesmo vai mostrar Sua santidade que foi tantas vezes diminuída pelo povo, vai manifestar Sua Glória naquele que enviará e através Dele salvará a humanidade da escravidão, assim como fizera com o povo no Egito, e também do mesmo modo, transformará aparente derrota na cruz em glorificação do Seu Nome. Sua ação mudará os homens, lhes amolecerá o coração enrijecido pelo pecado e repousará Seu Espírito no coração humano, para que possam caminhar com mais convicção no caminho da vida. Este coração endurecido será quebrado pela Palavra daquele que enviará.
Esta vontade divina, que planejou e executou a feliz salvação do gênero humano, trouxe ao mundo o Filho de Deus, Jesus Cristo, Nosso Senhor. Ele não somente viveu conosco, ensinando com palavras e gestos, mas ofereceu-se como vítima em holocausto por nossos pecados para nos trazer a salvação. Já sabemos que este ato de Cristo era necessário para que obtivéssemos a salvação, agora precisamos ver claramente que em nosso batismo nos assemelhamos a Ele em Sua morte, isto é, no batismo morremos também, e a causa é o pecado. É por causa do mal existente em nós que mergulhamos nas águas para fazer morrer o homem dominado pelo pecado, é neste sentido que nos assemelhamos a morte de Cristo na Cruz. Ele também foi levado para este madeiro, donde exalou Seu último expiro por força do mal no coração do homem, foi por motivo das atitudes pecaminosas do ser humano que Jesus deixou-se pregar na Cruz.

Mas, felizmente, nos assemelhamos a Cristo não somente na morte, mas também na vida. Nossa esperança reside na ressurreição dos mortos que Cristo nos dá, Ele ressuscita para nos trazer esta vida nova, agora sem a mancha do pecado, sem a influência do mal, onde somente a paz e amor de Deus reinam. Se morremos com Cristo, cremos que também viveremos com Ele. Assim, Paulo nos diz: considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, em Jesus Cristo (Rm 6,11).

Bento XVI segurando velaEstimados irmãos, nossa fé se assenta na Ressurreição. Este é o ponto essencial que nos garante a fidelidade na fé. A ressurreição deve estar presente nossa vida, assim como esta a dor e o sofrimento, pois é ela a porta para a vida eterna. Mesmo que muitos neguem a ressurreição ou mesmo a lhe deem outro nome, tentando “interpretar” ou mesmo enganar as pessoas. A ressurreição é única e não há outro nome a se dar, como também não há outra compreensão do que esta: ressuscitar para uma vida nova, noutro mundo, não neste!

O sepulcro esta vazio, as Marias não encontram o corpo do mestre e confusas enxergam o anjo de Deus que lhes comunica a Ressurreição daquele que elas procuram. Hoje, a Igreja anuncia, a toda a humanidade: CRISTO RESSUSCITOU, VERDADEIRAMENTE. ALEGREMO-NOS E EXULTEMOS. Aleluia, aleluia!

A Ressurreição de Cristo nos traz a verdadeira alegria e felicidade, nos aponta o horizonte onde brilha eternamente o Sol, Aquele que criou o mundo, o sustenta e orienta para esta felicidade eterna e feliz.















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