São José Operário

São José, Pai de Jesus

Na antiguidade era forte a figura do Pai como o sustentador da casa, aquele que provinha o sustento alimentar da família. Esta imagem ainda persiste, mas com muito menos intensidade e com algum desgaste. Desgaste que acabou afetando a própria imagem que se foi formando do trabalho.Sao Jose Operario

Neste dia em que muitos lembram como dia de descanso por ser dia do trabalhador, a Igreja nos apresenta José, o pai de Jesus como exemplo e protetor de todos os trabalhadores. José como Pai adotivo de Jesus, tinha sob sua responsabilidade o sustento da família, sabia que Maria e Jesus contavam com ele para o alimento e outras necessidades da casa, por isso nunca deixou de trabalhar, desde antes de Cristo nascer já exercia com afinco sua profissão de carpinteiro. Imaginando como José exercia seu trabalho, pensamos em como deveria ser árduo para ele exercer este trabalho com a finalidade de sustentar a si e a outros. Mas algo lhe movia a nunca desistir deste duro trabalho, era o amor que alimentava por Maria, sua esposa e a devoção que certamente exercia por ela, e também alimentado pelo misterioso filho que via crescer mas que não podia conceber plenamente o que seria.

Talvez para José fosse mais fácil trabalhar visto que tinha em casa, Maria a mãe de Deus e o próprio Filho de Deus. Mas não podemos imaginar isso. Certamente José sofria as alegrias, tristezas e dores do trabalho, e é por isso que a Igreja o vê como padroeiro dos trabalhadores, pois há um identificação sendo que este padroeiro pode sempre trazer a mente dos trabalhadores a dignidade e a santidade que o trabalho oferece.

A dignidade do trabalho

O trabalho não deve ser visto apenas como fardo inevitável que o ser humano deve carregar, ele tem uma dignidade que eleva e enriquece o ser humano. De fato, é exercendo sua atividade laboral que o homem e a mulher se enxergam como seres construtores, diferente da imagem de apenas usufruidores dos benefícios que a criação oferece. Neste sentido, o Concílio Vaticano II lembra que o homem contribui para a criação quando exerce o trabalho (Constituição Pastoral Gaudium et Spes, 34), não se deixando estagnar como mero “enfeite” na natureza. Contribui com Deus na criação do mundo a medida que exerce seu trabalho, seja o que for, desde que honesto e com intenção retamente orientada para o bem da família, da sociedade e seu próprio. A Igreja e juntamente todos os cristãos, consideram o trabalho como esta contribuição humana na criação vendo também nele a “magnitude de Deus e fruto inefável de seu desígnio” (GS, 34).

É por este motivo, que todos devemos encarar nossas atividades como satisfação, pois devo me ver como um colaborar de Deus e sinal visível de seu poder, pois com as aptidões oriundas Dele posso exercer atividades que me colocam na reta direção da natureza criada por Deus.

Em sua Carta Encíclica Laborem Exercens (1981), o Beato João Paulo II escreve:

“[O trabalho] não [é] só um bem « útil » ou de que se pode usufruir, mas é um bem « digno », ou seja, que corresponde à dignidade do homem, um bem que exprime esta dignidade e que a aumenta. Querendo determinar melhor o sentido ético do trabalho, é indispensável ter diante dos olhos antes de mais nada esta verdade. O trabalho é um bem do homem — é um bem da sua humanidade — porque, mediante o trabalho, o homem não somente transforma a natureza, adaptando-a às suas próprias necessidades, mas também se realiza a si mesmo como homem e até, num certo sentido, « se torna mais homem ».” (n.18)

O papa assim como o Concílio não menosprezam o sofrimento que o trabalho traz a pessoa, mas é justamente porque têm esta realidade sofrida como pano de fundo é que afirmam a dignidade que o exercício de alguma atividade laboral reveste o ser humano, pois é através dela que este homem e mulher encontram a si mesmo, se conhecendo melhor e amadurecendo sua própria humanidade.

A santidade do trabalho

Para muitos seja, talvez, difícil compreender como posso transformar meu trabalho num ambiente propício para minha santificação. Mas, em realidade, não se trata de algo muito complicado de entender, o que nos pede o trabalho é o que podemos oferecer a Deus como meio de santificação, com pequenos sacrifícios interiores, e momentos de oração a Deus.

No trabalho santificado – tal como o de Jesus – encontramos um campo abundante de pequenos sacrifícios que se traduzem na atenção que pomos naquilo que estamos fazendo, no cuidado e na ordem dos instrumentos que utilizamos, na pontualidade, na maneira como tratamos os outros, no cansaço que ultrapassamos, nas contrariedades que procuramos enfrentar da melhor maneira possível, sem queixas estéreis. (CARVAJAL, F. Falar com Deus)

É desta forma, como descreve Carvajal que podemos encontrar na atividade que exercemos o caminho para contribuir não somente com a criação de Deus, mas com nossa própria santificação.

Se para qualquer pessoa o trabalho têm uma finalidade bem especifica – que é a de garantir alimento, bens necessários e conforto –, “para um cristão estas perspectivas alongam-se e ampliam-se ainda mais, porque o trabalho - assumido por Cristo como realidade redimida e redentora - se converte em meio e em caminho de santidade, em tarefa concreta santificável e santificadora” (ESCRIVÀ. Josemaría. Forja, 702). Neste sentido, nosso trabalho, mais árduo ou menos, é bem mais que necessário, é providencial, pois nos oferece oportunidade de nos aproximar mais de Deus e dos irmãos.

São José, o qual invocamos neste dia como protetor dos trabalhadores, mostra-nos que não é infeliz a vida de quem passa a vida inteira trabalhando com honestidade, pelo contrário, chega ao momento da morte como aquele que fez bem todas as coisas. Peçamos a São José que interceda sempre por todos nós, e que nos inspire a encontrar no trabalho quotidiano o caminho para a santidade.

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