Corpus Christi: Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo

Santa Ceia 01

Tantum ergo sacramentum veneremur cernui... assim inicia um dos mais populares cânticos de louvor por este sublime sacramento. “Tão grande sacramento humildemente adoremos”, em hipótese alguma se poderá encontrar algo mais sublime deixado visível e materialmente por Deus à humanidade. É grande este sacramento pelo motivo do que é, Deus em sua real presença que não esta condicionada a frágil fé dos que O adoram.

Deus mesmo esta presente aqui, ao nosso alcance! Na minha frente vejo o mesmo Jesus que se sacrificou pela humanidade a dois mil e tantos anos atrás. Cada católico (como cada pessoa no mundo) tem este privilégio, de ter na sua frente algo que encontrará somente no céu.

(Blog VALDERI: Adoremos ao Senhor na Eucaristia, 11/06/2009)

Bento XVI e Ostensorio É grande porque sabemos o que foi preciso ser feito para que nos deixasse tão maravilhoso mistério. É grande porque este sacramento é expressão do Seu infinito amor e zelo pelos homens. Qual nossa atitude diante deste adorável e imenso dom de Deus? É a adoração humilde, atitude de quem reconhece a grandeza naquilo que nem podemos o ver sensivelmente, mas o vemos pela fé. É a humilde prostração de quem olha para um pedacinho de pão, e sabe que a aparência esconde o Deus Criador e Salvador que nem o universo pode conter.

Adoramos, de fato, este pão que esconde o Corpo de Cristo. Adoramos, de fato, este vinho que esconde o Sangue de Cristo. Nossa atitude de adoração não é ofensiva ao Deus Onipotente a quem somente devemos amor e adoração, pois, é Ele que, na segunda pessoa da Trindade Santíssima, esta presente no Seu Corpo e Sangue. Por este motivo, adorando a Eucaristia, adoramos o próprio Deus. A veneração se devota a Santíssima Virgem e aos Santos e Beatos, mas a Eucaristia devemos nossa mais profunda e humilde prostração, adorando o Deus feito alimento para nos sustentar.

Et antiquum documentum novo cedat ritui. “Da antiga lei as figuras cedam ao novo rito”; é o que nos mostra a história Sagrada, onde o povo hebreu, sustentado pela Lei dada por Moisés, oferecia holocaustos para renovar a Aliança que outrora fizeram com Deus. Assim, vemos no livro do Êxodo que Moisés usou o sangue dos holocaustos para selar a aliança que Deus realizará com o povo eleito: este é o sangue da aliança que o Senhor fez convosco (Ex 24,8). Este rito antigo era necessário para expressar o profundo e real comprometimento do povo com seu Deus, mas também para mostrar que este mesmo Deus jamais os abandonaria, que sempre os sustentaria conforme a fidelidade a esta Aliança. Pois este rito é em Cristo renovado, mas não com mais holocaustos como se fazia, agora com o único e perfeito oferecimento da vítima de espiação perfeita, que sela uma Nova Aliança e redime o povo de seus pecados para que possam a partir de então, viver fielmente esta Nova Aliança que Deus faz com o ser humano.Eucaristia Consagracao

O Catecismo da Igreja fala que “os pães ázimos que Israel come cada ano na Páscoa comemoram a pressa da partida libertadora do Egito; a recordação do maná do deserto há de lembrar sempre a Israel que ele vive do pão da Palavra de Deus” (também cf. Dt 8,3). A Igreja vive deste pão da Palavra, mas agora também vive do maná eterno. A Eucaristia encontra seu símbolo também neste maná que o povo hebreu levou as pressas para o deserto, às pressas para a libertação da escravidão. Estamos neste mundo também como no deserto, sendo sustentados por este maná vindo do Céu, pois estamos vivendo como que as “pressas” para a vida eterna, fugindo da escravidão do pecado. A exemplo do povo hebreu, nossa vida espiritual enquanto aqui estamos, necessita do Pão dado por Deus. Nossa atitude, como filhos, é procurá-lo sempre, ir ao encontro da Eucaristia em todos os momentos que a atividade diária nos permite, pois lembremos o que disse o Senhor: Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede (Jo 6,35). Para aqueles que, por algum impedimento, não podem receber momentaneamente a Sagrada Eucaristia, cabe-lhes a chamada “comunhão espiritual”, que não substitui qualitativamente o sacramento, mas os torna receptivos a Jesus em seus corações. Existe uma oração muito simples mas de grande expressão para estes: Eu quisera, Senhor, receber-Vos com aquela pureza, humildade e devoção com que Vos recebeu a Vossa Santíssima Mãe, com o espírito e o fervor dos santos. Amém (Seleta de Orações. Distrib. Cultor dos Livros: São Paulo, 2011, pg.95).

Todo o ritual oferecido nos moldes da Antiga Aliança tinha sua eficácia naquilo até onde estava seu limite. O sangue de bodes e touros, e a cinza de novilhas espalhada sobre os seres impuros os santifica e realiza a pureza ritual dos corpos (Hb 9,13), e nisto o povo se tornava mais digno da presença de Deus. Mas com o sacrifício perfeito de Cristo, Deus desejava que o ser humano pudesse o contemplar mais dignamente ainda, por que somente assim Ele poderia se mostrar mais inteiramente do que antes. Por isso, se o sacrifício antigo tornava o homem puro em seu corpo até onde podia, o Sangue de Cristo [purifica] a nossa consciência das obras mortas, para servirmos ao Deus vivo (Hb 9,14).

Santa Missa - Consagracao Praestet fides supplementum sensuum defectui: “Sirva a fé de suplemento a fraqueza dos sentidos”. Intelectualmente o ser humano é capaz de conhecer e compreender muitas manifestações da natureza e do universo, como também é muito capaz de formular teorias, esquemas filosóficos, cientificamente ajuda a própria condição humana a se aprimorar naquilo que lhe é permitido. Mas toda esta capacidade intelectual, não é capaz de entender o mistério, nem os sentidos do corpo conseguem experimentar a realidade da presença de Jesus Cristo no pão e no vinho consagrados. Isto porque nossa perfectibilidade humana, por mais desenvolvida que possa estar, não aceita o invisível, não aceita racionalmente ver o pão e dizê-lo carne, ver o vinho (e sentir seu aroma) e dizê-lo sangue. Mas o ser humano é capaz de ver além da matéria sensível, com o “sentido” extra, que somente aquele que têm fé o possui.

É com este sentido oriundo da fé, que o cristão vê sobre a patena e no cálice, não mais o pão e o vinho, mas o Corpo e o Sangue de seu Senhor. Jesus, na Ceia com os discípulos institui este sacramento e realiza pela primeira vez a mudança das matérias: tomai, isto é o meu corpo... isto é o meu sangue (Mc 14,22-23). Com estas palavras realiza o milagre. Milagre que é realizado no “escuro”, sem alardes, isto é, ninguém ver a “força que transforma”, que muda, assim como aconteceu com os outros: a multiplicação dos pães e as bodas de Canã.

A Eucaristia, o Corpo e Sangue de Jesus, têm uma dimensão de comunhão que não deve ser esquecida. Ela é o Senhor, por isso reúne todos ao seu redor, e todos se reúnem em torno Dela. Ela é sinal de oferenda de si mesmo pelo amor do outro, esforço supremo de humildade, que deseja mais o bem do próximo que o próprio.
Ela nos chama a si, Sua presença no tabernáculo é constante chamado a todos para que se aproximem de Deus, se aproximem de Seu exemplo. Dizia São Josemaria Escrivá: não sejas tão cego ou tão estouvado que deixes de meter-te dentro de cada Sacrário quando divisares os muros ou as torres das casas do Senhor – Ele te espera! (Caminho 269).

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