Sexta-feira – 2Rs 25,1-12 Mt 8,1-4

XII Semana do Tempo Comum

Pe. Valderi da Silva

A imagem desoladora do povo de Jerusalém sendo atacada e tendo seu rei preso, traz a mente as mazelas que os seres humanos podem infligir contra seus irmãos. É certo que Nabucodonosor, juntamente com seu exército, agia sobre o povo de Deus como que sendo manifestação do descaso deste povo a seu Deus, como consequência da rebeldia a Sua vontade e mesmo a má utilização da fé na Aliança. O povo recebia os sofrimentos consequentes dos atos de uma vida que tenta calar a voz de Deus, que desdenha e impede que Deus guie o caminhar humano.

Os profetas foram calados pelo povo e autoridades daquele tempo, mas hoje não podemos nos ver em um estado totalmente oposto, ou seja, onde a voz de Deus é ouvida sem restrição e com plena vontade. Sentimos o quanto a voz de Deus expressa pela boca da Santa Igreja, é alvo constante de censura e indiferença, por parte das autoridades e do povo. Quando se pretende limitar a verdade da Palavra de Deus ao templo e aos fiéis, se tenta não menos que sufocar aquela que tenta sempre fazer prevalecer a verdade, moral e humana além da anunciar a verdade sobre o próprio Deus. Nesta imagem que a primeira leitura nos oferece, percebemos o quanto pode sofrer uma sociedade que faz calar a voz de Deus, que desdenha os mandamentos daquele que sustenta a guia o ser humano.

Esta atitude perigosa de recusa e indiferença a Deus é perceptível também na esfera individual, onde cada homem e mulher pode em ser íntimo acreditar que Deus não lhe faz mais falta, que sua vida pode ser guiada e alcançar a “felicidade” ser Sua participação. É a entronização do homem como senhor e salvador de si mesmo, uma atitude totalmente autossuficiente, alimentada pelo egoísmo e vaidade. Em realidade, é consequência de um não cultivo da fé recebida, uma atitude como esta cresce desde criança até que chega a sua maturidade quando declara abertamente que na sua vida Deus não existe.Jesus cura leproso

Uma demonstração contrária desta indiferença a Deus, esta no evangelho de hoje. Os doentes recorrem a Cristo porque veem Nele aquele que os pode livrar do mal que os aflige. Este leproso sente a necessidade de Deus e o procura. Certo que o doente procura o médico em razão de seu sofrimento, enquanto aquele que não sofre nada pode se desfazer de Deus, pois não sente no corpo o sofrimento que o doente têm. Mas aí se encontra a ilusão, pensar que não estamos doentes mesmo que não sintamos dores como um enfermo. A doença que é mais letal que uma gripe ou similar é o pecado, algo que é necessário reconhecer para se perceber a necessidade de Deus. Parte desta negação de Deus que assistimos em nossa sociedade é fruto desta crise do conceito de pecado, mas também crise da falta de reconhecimento da gravidade do mesmo. Somente uma profunda compreensão da inclinação ao mal que faz o homem pecar como também da grave consequência deste pecado pode fazer uma sociedade voltar seu olhar novamente a Deus e assim precaver-se de um destino de sofrimento.

Como sempre o que nos alenta apesar das tormentas contemporâneas, são as palavras de Cristo, como as que disse ao leproso: Eu quero, fica limpo (Mt 8,3). Deus nos quer salvar, por isso atende sempre aquele que de coração puro e intenção sincera o procura para o socorro. Ele quer ver-nos limpos, puros, pois sabe que somente a dignidade da pureza pode ser ingresso para o Reino dos Céus.

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