Segunda-feira – Mq 6,1-4.6-8 Mt 12,38-42

XVI Semana do Tempo Comum

Pe. Valderi da Silva

Na relação de Deus com o homem existe uma clara transparência de que Deus deseja estar sempre ao lado do homem, sempre o acompanhando e protegendo contra os males. No entanto, também é clara aquilo que Deus exige do ser humano. Em realidade, já falou ao povo que não pede sacrifícios abundantes de animais, como era a impressão que muitos tinham. Não pede a oferta cruel do próprio filho. Ele pede de nós algo próprio do Seu amor, que esta presente em nós e que podemos manifestar em nossa vida: a justiça e a misericórdia.

A profecia de Miquéias diz algo esquecido muitas vezes, que esta vontade de Deus já foi revelada, ou seja, o que dizemos hoje da exigência de Deus aos homens não é novidade, pois se trata de algo já a muito anunciado, muitas vezes de modo claro, outras apresentadas em formas de pistas para também o ser humano possa fazer seu exercício de descobrir o que o Senhor pede de nós. Pensando mais profundamente, esta sentença de que fala Miquéias, deve ser considerada por nós como conselho para todos os cristãos, visto que a Revelação já nos foi apresentada, Cristo nos mostrou tudo o que necessitamos saber para a vida eterna junto Dele e também para vivermos felizes ainda neste mundo, mesmo conscientes da imperfeita felicidade que aqui conseguiremos.

Praticar a justiça (cf. Mq 6,8) é mais do que simplesmente não querer ser injusto nas decisões. É também defender o bem das distorções conscientes do ser humano enganado pelo mal. Praticar a justiça exige estar pronto para oferecer-se como testemunha ou juiz diante de alguma situação que pode acabar em dano gratuito para o bem. Praticar a justiça é amar o próximo, tanto que se torna impossível lhe dar menos do que este merece ou necessita. Enfim, a prática da justiça também enobrece o espírito, que acaba recolhendo em si a sabedoria do equilíbrio, que não deseja somente a medida certa do meio termo, mas que não teme ver um lado pender mais que outro quando o termo justo leva a isso.

Esta prática da justiça esta intimamente ligada a misericórdia. A Sagrada Escritura fala em amar a misericórdia (cf. Mq 6,8), aludindo principalmente a que o ser humano deva amar esta prática e ver nela a manifestação perene do amor de Deus. De fato, quando um homem ou uma mulher se dedicam a prática da misericórdia eles certamente já amam tal prática, porque certamente já compreendem a necessidade de mostrar a face de Deus aos irmãos e igualmente mostrar que eles vivem em Deus. Praticar a misericórdia é consequência de um coração reto e honesto que sempre deseja viver segundo a vontade de Deus.

Recordando o que nos diz esta leitura da profecia de Miquéias, Cristo afirma aos mestres da Lei e fariseus que nenhum sinal extraordinário será dado a este povo a não ser o que já foi realizado no meio deste povo. É a afirmação de que Deus não repete suas ações porque deseja que o homem nunca esqueça o que em determinado tempo realizou para mostrar algum ensinamento salvífico. O povo já presenciou o sinal manifestado em Jonas, sobrevivendo no ventre de uma baleia durante três dias e três noites. Igualmente já presenciou povos distantes, que não acreditavam no único Deus, se dirigirem àqueles chamados por Deus para serem sua justiça e sua compaixão no meio dos homens.

Por este motivo, hoje sentimos esta exigência de perscrutarmos a Palavra de Deus, para compreendermos o que ainda não compreendemos, mas que Ele já nos falou.

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