Quarta-feira – Ez 9,1-7;10,18-22 Mt 18,15-20

XIX Semana do Tempo Comum

Valderi da Silva

Nesta leitura da profecia de Ezequiel encontramos uma visão deste profeta, sobre a qual esta relacionado destino final do mundo infiel a Deus, coberto pelos pecados cometidos e não arrependidos. No Antigo Testamento, Deus sempre reprova a conduta infiel do povo eleito, mas também dá mostras de Sua insatisfação com toda a humanidade que vive na perversidade, maltratando seus próprios irmãos de natureza, não se importando com a vida humana que se maltrata ao diminuir de qualquer forma a dignidade da pessoa humana. É por este motivo que o coração de Deus sempre arde de compaixão mas também arde por justiça, visto que nunca pode amar sem ser justo.
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Nesta voz ouvida pelo profeta encontramos claramente estes sentimentos de Deus, amor e justiça, mesclados mas coerentemente ordenados. Ele ama aqueles tementes ao Seu nome, ama os coerentes com a dignidade humana, que não tentam usurpar a si o poder de controlar a vida alheia e muitos menos decidir que progrida ou não. Mas também exercita a justiça, condenando os injustos e deuses de si mesmos a morte eterna, algo que podemos considerar o definitivo afastamento de Sua presença na eternidade.

É interessante notarmos que um dos seres que Ezequiel distingue vai a frente dos exterminadores para marcar com uma cruz os que são dignos da vida. Primeiro é curioso notar que um profeta do Antigo Testamento já viu de Deus o sinal que trará a salvação da morte a todos os homens. A cruz será o sinal de salvação eterna, permitindo que o fiel receba a dádiva da vida e não seja ameaçado de morte. Depois, podemos ver exatamente a imagem do sacramento do Batismo, conferido pela Igreja de Cristo. Este sacramento vêm a frente da possibilidade de morte, ele marca com este sinal salvador a alma destinada a vida. No entanto, é fato que este sinal recebido no Batismo deve ser vivificado ao longo da vida com os demais sacramentos.

No evangelho que hoje escutamos, Jesus nos revela o poder da fé unida com a dos irmãos. Estando a comunidade unida sob a mesma intenção, como o mesmo sentimento de súplica a Deus em nome de Jesus, dificilmente tal pedido não será concedido. É neste sentido que a Igreja sempre motivou a oração em comum, seja na comunidade ou na família, pois nos apoiamos nestas palavras de Cristo: onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome eu estou ali, no meio deles (Mt 18,20). Certamente que aqui encontramos também a fundamentação para a necessidade de sairmos de nossas casas e nos dirigirmos a um lugar comum para rezarmos a uma só voz, sempre em torno deste nome do Filho de Deus. Isto não quer nos dizer que a oração particular que cada um possa fazer seja descartada como algo infrutífero por Cristo, pois ela têm efetivamente seu valor enquanto permanência na união da alma a Deus a cada momento do dia. Mas Cristo nos quer passar especificamente neste evangelho de hoje a eficácia prometida por Ele quando os cristãos estão unidos sob a mesma oração.

Surgi naturalmente das palavras de Cristo a característica que é própria da vida cristã, a permanente união com os irmãos não somente na vida de oração mas também no cotidiano, terreno onde se batalha pelas virtudes. O que nos fala o Senhor sobre como corrigir um irmão que esta pecando publicamente, deve ser entendido como o amor fraterno que deve mover a comunidade cristã, pois somente assim é que se pode chegar perto de um irmão nosso para tentar lhe mostrar o erro e conduzi-lo a verdade. É notável a prudência com Cristo instruí seus discípulos, pedindo que após a recusa por parte deste irmão pelo esclarecimento do erro, que se aproxime novamente com testemunhas. Jesus conhece a fragilidade humana e por isso conhece também os pecados mais íntimos que o ser humano pode cometer. Por isso, sabe que a necessidade de testemunhas pode levar a diminuir muitos estragos a outros irmãos e a própria comunidade.

Por fim, Jesus pede que se leve a causa a Igreja que é a detentora das Chaves que ligam e desligam, que abre e fecha, enfim, que pode declarar a santidade ou a maldade de uma vida. Assim, como ouvimos na leitura da profecia de Ezequiel, a Igreja é a que conduz a vida através de Cristo e é também a que julga quando necessário, como na visão de Ezequiel, porque se estende no mundo com o poder do próprio Deus.

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