Sexta-feira – Ecl 3,1-11 Lc 9,18-22

XXV Semana do Tempo Comum

Pe. Valderi da Silva

Hoje escutamos a sabedoria do Livro do Eclesiastes e dela podemos destacar algumas reflexões importantes para a vida cristã. Acredito que todos concordamos que a Palavra de Deus é inspirada por Ele e que assim, mesmo encontrando elementos que nos remetem a contextualização cultural da época em que determinado livro foi escrito. Com esta compreensão, escutamos esta leitura de hoje e percebemos que tudo nela faz parte de uma compreensão divina sobre a temporalidade humana. Isto nos quer dizer que Deus conhece o tempo, conhece o ser humano e, portanto, sabe que nem tudo será sempre no ritmo e ordem que o ser humano deseja, de modo que escutamos na Sagrada Escritura “há um momento oportuno para tudo que acontece debaixo do céu” (Ecl 3,1).

Não temos a mesma compreensão divina da temporalidade, por isso precisamos buscar um pouco desta compreensão nas palavras da Escritura. Existe um tempo para tudo, para alegria e para dor, para a atitude mais tranquila como um lago sem agitação das águas, mas também tempo para atitudes mais contundentes e firmes. Mas porque esta variação? Por que devemos sair da tranquilidade ou da alegria?

Certamente que o cristão é chamado a alegria constante por estar sempre junto de Deus e por este motivo, a certeza de que nada poderá o separar do amor de Deus. Mas precisamos notar que é justamente a chaga do pecado no mundo que provoca uma atitude mais firme dos cristãos, mediante o próprio perigo de cair em tentação como mediante as variadas ofensas e ataques que presencia à fé. Especialmente em nosso tempo, podemos perceber uma forte tendencia a provocações e ofensas de várias espécies a fé cristã, numa tentativa explicita de adequar a fé ao mundo. Existirá o tempo em que os cristãos não mais precisaram se preocupar em ter esta atitude firme e decidida em defesa da fé, mas não estamos nele.

Ainda o Eclesiastes nos lembra que a bondade das obras esta também se são feitas no tempo oportuno, no tempo que são necessárias. A isto se coloca também as obras de caridade que sempre somos chamados a fazer, pois enquanto existir este mundo existirá a necessidade da solidariedade cristã para curar o que o pecado feri e destrói.

Já no evangelho de hoje, temos Jesus sondando seus discípulos sobre quem dizem as pessoas que era ele. Os discípulos logo respondem, mostrando que existe muita confusão sobre quem seria Jesus. De fato, esta confusão sobre quem é Jesus permanece entre nós, pois é algo tão presente quanto o pecado. Em realidade é a própria inclinação ao mal que não deixa que alguns homens e mulheres vejam com clareza quem é Jesus. O nomeiam de várias formas, buscam defini-lo de muitas maneiras, mas não conseguem chegar próximo do conhecimento do Senhor, pois buscar conhece-Lo de forma equivocada e em lugares onde Ele não esta. Conhecer o Nome de Jesus é muito importante, pois sabendo identificá-Lo, na mentalidade do tempo de Jesus, é conhece-Lo intimamente, é saber quem ele É, ou seja, é como se pudêssemos ver seu interior. É por isso que o evangelista coloca a resposta de Pedro: “O Cristo de Deus” (Lc 9,21).

Mas também podemos perceber que estes que chamam Jesus de João Batista, Elias ou algum profeta não estão longe de conhecer o Senhor. Em resumo, reconhecem que Jesus é um homem bom, e mais do que isso, ao chamá-Lo de profeta estão professando que deve ter vindo da parte de Deus. Falta-lhes uma clareza, mas não se encontram distantes da compreensão de quem é Jesus Cristo.

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