ANNVS FIDEI: momento de reedificação

Ano da Fe [logo]
Pelo mundo, muitos já têm o conhecimento de que estamos neste dia 11 de outubro de 2012 iniciando o Annus Fidei (Ano da Fé), que foi promulgado por sua Santidade Gloriosamente Reinante, o Papa Bento XVI. Este Ano da Fé expressa o desejo do Papa em que o mundo cristão se volte mais atentamente para a fé, entendendo-a e almejando o seu crescimento adequado.
Penso que nada mais inspirador do que ter um ano todo dedicado a meditação sobre a fé que, em realidade, deve ser a preocupação primeira daqueles que percebem a necessária formação de uma vida cristã. Sem desejar entrar em alguma análise sociológica, penso ser bastante adequado olhar para os inúmeros problemas de nossa sociedade, os quais podemos, sem receio, afirmar que é uma falta de fé em Deus, em alguns casos sendo uma “pseuda” fé, algo como que relativizado pelo materialismo e nihilismo moderno.
Bento XVI entregou ao mundo sua mensagem – sob forma de Motu Proprio – no dia 11 de outubro de 2011, o “Porta Fidei” (Porta da Fé), e dela podemos encontrar tudo o que precisamos para nosso crescimento neste Annus fidei. De minha parte gostaria de ressaltar uma pequena parte do parágrafo 2 deste documento:
Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé do que com a própria fé, considerando-a como um pressuposto óbvio da vida diária. Ora, tal pressuposto não só deixou de existir, mas frequentemente acaba até negado. (PF 2)
Destaquei este ponto por sua relevante profundidade numa sociedade quase agnóstica ou “atéia”. Mesmo os batizados e ditos cristãos, por vezes se encontram no grupo de tantos que não sabem distinguir, no meio de muitos paganismos, o que realmente faz parte de sua fé. Então é preciso primeiramente entender o que é a fé, o que chamamos por “fé”, o que ela realmente nos move a realizar.
O Catecismo da Igreja Católica, no seu número 150, nos apresenta uma definição, que pode tornar mais claro nosso entendimento do que é a fé:
A fé é primeiramente uma adesão pessoal do homem a Deus; é ao mesmo tempo, e inseparavelmente, o assentimento à verdade que ele revelou. Enquanto adesão pessoal a Deus e assentimento à verdade que ele revelou, a fé cristã é diferente da fé em uma pessoa humana. É justo e bom entregar-se totalmente a Deus e crer absolutamente o que ele diz. Seria falso colocar tal fé em uma criatura.
Talvez podemos pensar que a grande falta de fé se deve a esta não adesão pessoal a Deus, o que de fato nos leva a entender muitas atitudes pontuais de algumas pessoas, típicas de quem não têm a Deus como seu Senhor e guia, mas que por falta Dele em sua vida, rege-se e punha-se no lugar de honra onde somente Deus poderia estar. Daí surgem os “super-homens”, pessoas com tamanha confiança em si mesmas e autoproclamadas definidoras da verdade e da justiça, que vivem como semi-deuses, quando não se outorgam poderes do próprio Altíssimo. Numa sociedade repleta de pessoas assim, não fica surpreendente que existam inúmeros conflitos e divisões, onde a injustiça têm espaço aberto para existir colocando muitos a margem da precariedade material, chegando a privá-los do necessário para viver. A fé é extremamente necessário para que se possa haver uma verdadeira busca pela Verdade e pela Justiça, algo fundamental para eliminar a miséria causada pelo pecado humano.
Esta fé é a adesão a Deus, em sua totalidade, com suas graças e exigências. Primeiramente o ser humano deve reconhecê-lo como o Senhor de tudo o que existe, Governador Supremo, Sustentáculo do ser. Logo, deve aceitar tudo o que Dele nos vêm, e isto vemos pelo que acabamos de ler no Catecismo, ter o “assentimento à verdade que ele revelou”. Tudo o que Deus mesmo nos revelou deve ser aceito por quem têm fé, ou seja, por todos aqueles que aderiram a Ele pessoalmente.
Esta adesão pessoal, significa dizer que o que fazemos é por livre e consciente vontade, e que nos deve mover a tal por uma atitude decidida, sem condições, pois não se trata de uma negociação, mas de uma adesão a Verdade.
Por este motivo o Santo Padre nos fala de que muitos nem pensam mais em sua fé por tê-la como pressuposto óbvio de suas atitudes. O Papa nos deseja abrir os olhos para que vejamos que não se trata de um pressuposto óbvio, pois não vivemos mais em um mundo onde o cristianismo permeia toda as dimensões da sociedade. É preciso perceber que muita coisa não esta em conformidade com a fé por que já nasce sobre uma “fé” inexistente, sobre uma “pseuda” fé. Este Annus fidei, vêm justamente para fomentar este despertar dos cristãos para olharem mais atentamente a solidez e a reta edificação de sua fé em Deus, pois ela deve estar solidificada Nele, e depois devidamente sendo construída para que nada a possa abalar.

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