Beato João Paulo II: homem que amou a humanidade

Passaram-se dezessete meses da beatificação de Karol Woytyla, o João Paulo II. Impressionante que ainda lembro de suas mensagens televisionadas, de suas visitas por vários países, de seu carisma inigualável. Penso ser até perigoso tentar adjetivar este grande bem-aventurado - que acredito não demorar muito para logo o chamarmos de santo - por um receio de ser injusto nas palavras e acabar até diminuindo sua grandeza.

Mas preciso destacar algo de Karol. Faço questão de chamá-lo pelo nome de batismo, por constatar que se tornou o que era, porque antes forjou um nome carregado de força moral e humana, carregado de amor pela humanidade, pelo homem e pela mulher, que sabia, ele, necessitar de alguém que os auxiliasse na busca pela verdade que liberta e cura. Muitas biografias de Karol o chamam de excepcional amante do ser humano, pois tratava de levar Deus a todos pela cura da humanidade desfigurada em cada pessoa. Foi um meio sempre presente na vida de Karol, talvez porque tristemente pode presenciar a dor da guerra, a dor do indiferentismo com o ser humano. A dor da ideologização colocada num trono, no lugar de Deus no coração do homem.

Talvez fosse justamente este ideal de resgate do verdadeiro homem que me fez tão ligado a Karol. Sua filosofia e teologia somente lhe serviram para aprofundar ainda mais seu amor pela humanidade. Sua luta para que o ser humano fosse resgatado da morte, que ele mesmo havia procurado, lhe fez chegar até onde Deus o queria, no lugar mais alto onde poderia arrastar consigo muitos que precisavam desta força para voltar a Verdade que os salva. Foi precisamente do trono de Pedro, que Karol pode servir-se de seu amor pelos homens para levá-los a Deus, de maneira ordeira e profunda.

Como Papa, escreveu muitos documentos, mensagens e homilias, fez vários discursos e teve muitas conversas com muitas pessoas. Deixou-nos um legado tão precioso, registrado e disponível a todos, que quase não é possível juntá-lo para dar-lhe um rosto que expresse a identidade de quem o fez. No entanto, acredito que encontramos este amor profundo de Karol pela humanidade e também seu anseio de ver a todos livres da escravidão do materialismo, relativismo, nihilismo e todas as ideologias que escravização o ser humano por dentro, na sua carta encíclica Fides et Ratio (Fé e Razão). Ali percebemos não somente o Santo Padre falando, não somente o teólogo e o filósofo, mas também percebemos o amante da humanidade.

Querendo transmitir a mensagem de que o ser humano foi criado para vôos mais altos que o simples materialismo pode lhe oferecer, também desejando mostrar à humanidade que a Verdade estável e incorruptível existe e se personificou na pessoa de Jesus, Karol acaba deixando a mais preciosa herança que um pai pode deixar a um filho que ainda precisa aprender muito em sua vida. Deixou para a humanidade a carta que resgata o homem desfigurado pela incompreensão de si mesmo e do mundo, e que o levanta da poeira filosófica do “nada é mais certo que o nada”, para mostrar-lhe a existência da verdade e da salvação; enfim, levar a todos até Deus.

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