Quarta-feira – Lc 13,22-30

XXX Semana do Tempo Comum

Pe. Valderi da Silva

Irmãos e irmãs.

Hoje, a caminho de Jerusalém, Jesus se detém um momento e alguém aproveita para perguntar: «Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?» (Lc 13,23). Talvez, ao escutar a Jesus, aquele homem se inquietou. Realmente, o que Jesus ensina é maravilhoso e atrativo, mas as exigências que admite já não são tão de seu agrado. Mas, e se vivesse o Evangelho à sua vontade, com una “moral a la carte”?, que probabilidades teria de se salvar?1

Precisamente nos tempos de hoje, se presencia cada vez mais as pessoas aderindo a este caminho, de um tipo individual de moralidade, algo que lhe permite julgar se esta ou aquela atitude que pretende tomar será ou não imoral, claramente medidas conforme as conveniências.

Assim pois, [este homem do evangelho] pergunta: «Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?» Jesus não aceita esta sugestão. A salvação é uma questão muito séria como para ser resolvida mediante um cálculo de probabilidades. DEUS «não quer que ninguém se perca, e sim que todos se convertam» (2Pe 3,9).

Um perigo que cerca a comunidade dos cristãos é justamente o de desejar saber quem ou que tipo de cristão irá se salvar. Claramente temos uma compreensão do que um cristão deve fazer para ser-lhe mais propícia a salvação, mas jamais podemos dizer que estes e não aqueles irão passar pela “porta estreita”, que fala Jesus neste evangelho.

Jesus responde [ao homem do evangelho]: «Esforçai-vos por entrar pela porta estreita. Pois eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão. ‘Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta, vós, do lado de fora, começareis a bater, dizendo: ‘Senhor, abre-nos a porta! ’. Ele responderá: ‘Não sei de onde sois’.» (Lc 13,24-25). Como podem ser ovelhas de seu rebanho se não seguem ao Bom Pastor, nem aceitam o Magistério da Igreja? «Ele, porém, responderá: ‘Não sei de onde sois. Afastai-vos de mim, todos vós que praticais a iniquidade! E ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac e Jacó, junto com todos os profetas, no Reino de Deus, enquanto vós mesmos sereis lançados fora.» (Lc 13,27-28).

Nem Jesus, nem a Igreja temem que a imagem de Deus Pai seja manchada ao revelar o mistério do inferno. Como afirma o Catecismo da Igreja, «as afirmações da Sagrada Escritura e os ensinamentos da Igreja a propósito do inferno são um chamado à responsabilidade com a qual o homem deve usar sua liberdade em relação com seu destino eterno. Constituem ao mesmo tempo um rápido chamado à conversão» (n. 1036).

Uma realidade espiritual inegavelmente existente, pelo testemunho do próprio Senhor. Talvez não o compreendendo perfeitamente, não podemos negar a existência deste estado terrivelmente doloroso, longe de Deus, “lugar” onde se opta em ir, decisão que o pecado nos leva a tomar.

“Deixemos de brincar de espertos” e de fazer cálculos. Preocupemo-nos por entrar pela porta estreita, voltando a começar tantas vezes quantas sejam necessária, confiados em sua misericórdia «Todo isso, que te preocupa de momento — diz são Josemaría — importa más o menos — O que importa absolutamente é que seja feliz, que te salves».

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1Adaptação do comentário de Rev. D. Lluís RAVENTÓS i Artés (Tarragona, Espanha) in: www.evangeli.net

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