Quinta-feira – Ef 3,14-21 Lc 12,49-53

XXIX Semana do Tempo Comum

Pe. Valderi da Silva

Na liturgia de hoje, certamente não encontraremos aquela imagem do Jesus romântico de alguns, ou do Jesus “paz e bem”. A verdadeira imagem de Jesus Cristo passa muito longe do que muitos meios de informação e cultura da sociedade querem passar, mesmo os de alguns grupos, que desejam passar somente a imagem de herói, que socorre a vítima que lhe suplica ajuda como se estivéssemos inserido numa história em quadrinhos. O Evangelho de hoje é justamente a prova de que não podemos nos apossar da imagem de Jesus e logo estampá-la como algo muito bem conhecido e desvendado. O grande desafio de cada cristão ainda hoje – e o será sempre! – é descobrir a Cristo, buscar sempre mais conhecer a Jesus, seu Senhor.

São Paulo deixa-nos uma compreensão que deve ser pressuposto daquele que sinceramente e com muita humildade, busca em toda a sua vida conhecer sempre mais a face de Cristo. O Apóstolo nos faz perceber que é em Deus que realmente encontramos o discernimento necessário para um bom conhecimento de si mesmo e do próprio Deus. De fato, é em Deus que acabamos tendo aquela sabedoria verdadeira que nos faz ver as coisas sem o nublamento que a ignorância ou a maldade pode encobrir. A medida que estamos mais unidos a Deus pela vida de oração e vida em forma de oração, estaremos sempre mais próximos daquela profundidade que nos faz chegar perto da verdadeira face do Senhor. Não é possível conhecer a Jesus Cristo sem estar disposto a entregar-se a uma vida de fé, pois é pela fé andamos neste caminho em direção a Deus, ela é a porta da vida e da sabedoria.

No mundo moderno, ainda se insiste muito em querer descobrir a imagem do Jesus histórico, por vezes até ofendendo gravemente a imagem do Jesus da fé. Não é ilegítimo este esforço empregado em descobrir cada vez mais o Jesus histórico, mas esta busca nunca pode andar separadamente do Jesus da fé, visto serem a mesma pessoa, visto que nele agia as duas “imagens” como numa perfeita unidade. Pensar o contrário pode levar ao grave erro da dicotomia extrema, que acaba separando o Jesus histórico do Jesus da fé, dando margem para a conclusão de que Jesus Cristo não passa de um esquizofrênico histórico.

Nos atendo novamente ao evangelho de hoje, percebemos com certa relutância que Jesus não pode ser esta imagem muitas vezes transmitida de um Deus “meloso” que só atua com misericórdia sem olhar para aquilo que nos deveria punir: “vim trazer divisão” (Lc 12,51), diz o Senhor. Levando em consideração que Jesus nos veio mostrar a verdadeira postura do ser humano, a verdadeira compreensão que ele deve ter de si e do mundo, além da realidade do pecado, se torna até lógico que aceitemos o que Jesus nos diz aqui. A verdade causa divisão num mundo repleto de “achismos” e pensamentos relativistas, a verdade vai dividir aqueles que a aceitam daqueles que se recusam a deixar suas ideias que os deixam em situação cômoda e propícia a seus prazeres. Mesmo no seio de uma família esta divisão pode acontecer, precisamente por que ali estão pessoas que acabam vendo a verdade nem sempre de maneira clara e objetiva, mas que podem estar suscetíveis as más interpretações que o mundo oferece, principalmente a respeito da verdadeira face de Nosso Senhor Jesus Cristo.

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