Terça-feira – Ef 5,21-33 Lc 13,18-21

XXX Semana do Tempo Comum

Pe. Valderi da Silva

Caríssimos irmãos.

Escutamos de São Paulo um bonita imagem da relação da Igreja com o Jesus Cristo. Paulo compara a relação da esposa com seu marido, de forma que podemos dizer que Cristo esta unido a Igreja como num “matrimônio” indissolúvel, firmado na unidade e no amor. De fato, as propriedades próprias do matrimônio podem se fazer as características da união de Cristo com sua Igreja. É una, indissolúvel, e com a intenção de gerar e educar muitos filhos.

Talvez muitos ainda se prendam nestas palavras um tanto incomodas para alguns a respeito da atitude da esposa, pois parece que Paulo deixa a entender que em tudo a mulher deve ser submissa ao marido. Como pessoas conscientes do tempo e cultura em que Paulo viveu, precisamos analisar bem as estas palavras antes de emitir julgamentos errôneos. Primeiramente, toda a palavra contida na Sagrada Escritura deve ser compreendida e contextualizada, para que se possa extrair a mensagem correta que tal passagem nos quer mostrar, sem distorcer ou manipular o que esta escrito. Neste caso de Paulo, na carta aos Efésios (5,21-33), será preciso que pensemos na mensagem fundamental que o Apóstolo nos quer passar. Esta mensagem é precisamente a de que na relação da esposa com o marido, deve existir sempre a convivência respeitosa, uma relação sempre acessa pelo amor que os motivou a se unirem. A palavra “submissão” (cf. Ef 5,22) que é utilizada, esta mais presa ao tempo de São Paulo, onde realmente se tinha mais esta ideia de que a mulher dependia exclusivamente do marido, para tudo. É uma questão mais social que espiritual. Portanto, hoje podemos entender esta “submissão” como espírito de sacrifício da esposa, para tornar a vivência matrimonial sempre harmoniosa. Evidentemente, o mesmo conselho se dirige nos dias de hoje aos maridos, sem tirar-lhes o que é próprio de sua natureza viril.

É por isso, que Paulo associa a relação matrimonial com Cristo e Sua Igreja, pois tudo o que presenciamos numa convivência de casados pode ser visto como uma relação de Jesus Cristo conosco.

Esta relação amorosa de Cristo com Sua Igreja faz crescer a “árvore” (cf. Lc 13,19) semeada, faz crescer o “pão fermentado” (cf. Lc 13,21), faz crescer o Reino de Deus em nosso meio. Jesus no evangelho nos deixa estas duas imagens precisas e muito significativas do Reino de Deus.

Ele pode ser semeado com pequenas coisas, pequenas atitudes, mas assim que começa a crescer acaba se tornando a maior de todas as árvores. É a força natural do Reino de Deus, que supera em tudo qualquer edificação própria do ser humano, ele por si mesmo se apresenta grande e a partir do momento em que cresce pode abrigar em si muitos “pássaros” (cf. Lc 13,19), ou seja, o Reino de Deus é tão abrangente que pode abrigar nele todos os seres humanos.

Esta semente é semeada pela ação de Igreja, semeada pela ação evangelizadora de cada cristão, muitas vezes pelo simples testemunho de bom cristão que cada um pode oferecer. Seu crescimento também deve ser assistido, por isso a Igreja dispõe de um cuidado muito grande de todos que estão recebendo esta “semente”, para que ela possa crescer adequadamente.

Sem o Reino de Deus, transmitido pela Igreja de Cristo, ficamos como “pães ázimos”, sem fermento, ou seja, não há crescimento. Precisamos deste fermento, administrado e ofertado generosamente pela Igreja de Cristo, edificada por Ele para que, justamente, faça Seu Reino crescer no mundo.

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