O triste estado da Literatura

Nada de novo na literatura “universal”, apenas mais uma polêmica. Realmente fico desconcertante com a minguada criatividade literária destes tempos modernos, o que nos diria os grandes escritores dos séculos passados? Como Sir A. Conan Doyle, Isaac Asimov, Alexandre Dumas, J. D. Salinger? Ou
alguns nacionais como Machado de Assis, Castro Alves, José Lins do Rego, Mário Palmério e Érico Veressímo? Apenas cito alguns me surgem neste instante enquanto desabafo estas linhas, pois a gama que o mundo da literatura já nos deixou é uma fonte preciosa de imaginação misturada com inteligência, humanidade e bom senso. 

Dito isto, aqui vai o motivo por dedicar-me a este pequeno artigo. Estou quase saturado de, nas notícias sobre literatura, ouvir falar do “sucesso” de uma desconhecida escritora britânica chamada E. L. James, que vende milhares de exemplares de sua obra Cinquenta tons de cinza, um romance erótico onde se diz tratar abertamente, sem nenhum reserva, de fantasias eróticas num relacionamento não conjugal, apenas amoroso entre uma jovem e um milionário meio excêntrico. Evidentemente que não pensei nem penso ler este livro, por óbvios motivos, mas o principal deles é o de não me juntar ao número destes leitores que leem qualquer coisa que saia nos jornais e revistas, como se a imprensa fosse reguladora do bom e útil para ler, como se ali encontrasse as dicas necessárias para ler aquilo que vai aguçar minha inteligência e meu espírito. 

Recentemente tem-se falado muito desta obra no Brasil. Penso ser muito engraçado, justamente num país onde se tenta a todo custo censurar obras clássicas infantis mas se deixa livre e até se incentiva obras de péssimo gosto literário, que estão mais para aguçar a promiscuidade, deixando espaço aberto a imaginativa mente do adulto libertino. 

De fato, o que penso desta obra, só pelo que já li na imprensa brasileira e exterior, é que fara parte da grande empreitada de emburrecimento do ser humano, na tentativa sempre antiga de levar os mesmos a uma era de perseguição ao bom, ao verdadeiro e ao útil, para favorecer tudo o que permita a desumanização, desvalorização do homem e da mulher e permitindo o assassinato da infância, transformando as crianças em alvos fáceis para o relativismo existencial. 

Como amante da literatura, sofro interiormente ao deparar-me cada vez menos com obras na altura de Fernando Pessoa, Saramago, Vargas Llosa, etc. Cada vez que entro numa livraria para ver as novidades, volto para minha biblioteca onde se encontram alguns clássicos que realmente levantam a humanidade.

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