XXXII Domingo do Tempo Comum

1Rs 17,10-16 Hb 9,24-28 Mc 12,38-44
Valderi da Silva
Queridos irmãos e irmãs.
Nesta liturgia dominical, encontramos uma mensagem bem clara e desafiadora a todos os cristãos: ser cristãos que sabem dar sem medida. Isto o vemos tanto nesta primeira leitura quanto no evangelho, mas de modo mais primordial no exemplo de Cristo, ao doar-se inteiramente pela salvação da humanidade.
[A viúva se salvou pela ajuda a Elias]
Neste livro dos Reis escutamos o relato de Elias que, dirigindo-se a Sarepta (cf. 1Rs 17,10), passa diante de uma casa pobre e pensa em pedir algo para comer e beber, pois se encontrava desgastado pela viagem. Logo nos vem a mente o porque Elias não se abasteceu de mantimentos para seguir tal caminho, para que não passasse fome pelo caminho. Mas precisamos lembrar que Deus mesmo nos ensina que todo aquele que dedica-se a trabalhar exclusivamente para Ele – como Elias o fazia – não precisa se preocupar com seu próprio sustento, pois receberá daqueles tementes a Deus por sua missão. Jesus mesmo já disse algo parecido, ao enviar seus discípulos e dizer que onde entrarem que comam e bebam do que servirem, pois aquele que trabalha para o Evangelho é digno daquilo que recebe para seus sustento. Prevalece aqui a compreensão de que Deus é quem sustenta aqueles que se dedicam por Ele, através daqueles mesmos que se beneficiam do trabalho de seus servos, como Elias.
Elias chega nesta casa certamente com aparência pobre, e pede a viúva que aí morava algo para comer e beber (cf. 1Rs 17,10-11). E ela prontamente se põe a buscar água, algo que provavelmente não era tão escassa ao contrário da comida, como percebemos em sua resposta a Elias quando este lhe pede que juntamente com a água traga-lhe um pedaço de pão. O que notamos de importante nesta cena é o que nos vêm da resposta de Elias, dando a esta viúva a certeza de que Deus não deixará ela nem o filho morrerem por falta de alimento.
Em um mundo materialista e tão preso a própria vida social e econômica, fica quase impossível entender estas palavras de Elias e muito mais aceitá-las como parte da fé em Deus. Como naquele tempo, junto a Elias e a viúva, Deus sustenta seu povo e não deixa que falte o necessário para a vida. Mas é preciso mais do que se prender a materialidade da vida, pois é assim que aprendemos no que Deus nos sustenta. De fato, o sustento divino esta mais interessado em nos salvar para a vida eterna, para que não venhamos a morrer para o Céu, ou seja, que estejamos bem alimentos para que, fortalecidos, possamos ingressar na vida sem fim.
Muitos desejam afinar esta parte da história de Elias como o pedido do Pai-nosso (cf. Mt 6,11; Lc 11,3), onde confiamos a Deus nosso pão de cada dia. Realmente eles possuem um mesmo sentido, de que Deus é quem possui a capacidade de nos sustentar, mas este sentido comum esta mais voltado àquela sustentação no “ser”, ou seja, na existência, e por isso, extrapola a dimensão material, pois inclui a vida eterna, onde igualmente necessitamos do sustento de Deus para continuar existindo. O que difere os dois trechos é que num é oferecido pelo enviado de Deus o alimento que os sustentará (AT), noutro é o próprio Filho de Deus quem nos ensina a pedir este sustento (NT), e por isso, surge a diferença: num Deus oferece sem haver o pedido, noutro Deus ensina a pedir.
[Aquele que dá da pobreza, doa mais]
Agora, neste evangelho que ouvimos a pouco, Jesus nos ensina a partir de uma situação real que Ele presenciou no Templo. Chama a atenção para uma viúva que depositou algumas moedas; duas moedinhas (cf. Mc 12,42). Nisto Jesus pede que seus discípulos o escutem com atenção, pois é muito relevante tal situação. Antes da viúva depositar suas moedas muitos homens ricos haviam depositado suas ofertas, talvez quantias razoáveis, pois certamente o podiam fazer (cf. Mc 12,41b). Notemos que Jesus não esta censurando, nem reprovando aqueles que deram bastante dinheiro para a caixa de ofertas, apenas deseja chamar a atenção para o óbulo da viúva, pois ela, provavelmente, depositou apenas o que não a deixaria passar fome, ou seja, o que sua pobreza permitia doar.
E é nisto que devemos nos ater diante das palavras de Jesus, a doação da pobreza. Isto quer dizer que vai valer muito ao olhos de Deus aquele que mesmo passando dificuldade, consegue ser generoso, não somente no que se refere a ajuda material, mas em todos campos da vida humana. Facilmente se percebe muitas pessoas usando sua condição pouco favorável diante da sociedade, como desculpa para não agirem com generosidade para com os irmãos. Esta generosidade se expressa em nosso contato sensível com as necessidades dos outros, que nos leva a agir de alguma forma diante do conhecimento de alguma situação que precisa de ajuda. Para um cristão, ciente da mensagem evangélica, esta atitude deve ser habitual, como que expressão do seu amor a Deus.
Mas não agimos assim somente poque Deus nos olhará com bons olhos, mas porque esta generosidade sem medida parece fazer parte da vida nova que Cristo nos trouxe. É fato que, olhando para Cristo na cruz, logo pensamos que sua oferta foi total, uma oferta sem limites, onde não deu-se espaço para o egoísmo nem para aquele sentimento de reserva para si mesmo. A carta aos Habreus (9,24-28) nos aponta justamente isso, que temos o maior exemplo de doação total e sem limites em Jesus Cristo. Sua morte não resultou apenas em benefício daqueles em seu tempo, pois sua morte extrapola o tempo, pois é sem limite. Seus benefícios chegam até nós e vão além de nós, atingindo aquele glorioso em que Ele voltará para julgar os vivos e os mortos.
Mas como entender que Jesus deu de sua pobreza como a viúva do evangelho? Jesus é a riqueza em pessoa, pois possui a plenitude da graça, mas para ofertar-se mais perfeitamente por nós, despojou-se de sua glória para assumir nossa condição frágil (cf. Fl 2,6-8), a fim de vencer a dor e a humilhação na carne humana. Assim, Jesus doou-se também na pobreza de sua carne, na pobreza de sua natureza humana para mostrar ao mundo a glória da entrega sem reservas a Deus e aos irmãos.
É perceptível que um coração cheio de glórias humanas, vaidoso pelas pompas sociais, ostentando enfeites de sua riqueza, dificilmente entenderá o que Jesus nos quer dizer, que mais vale aquelas duas moedas da viúva do que a riqueza depositada pelos mais favorecidos. Assim como Jesus diz no evangelho que devemos tomar cuidado com aqueles que gostam de andar publicamente bem vistosos (cf. Mc 12,38), ostentando uma riqueza efêmera, tenhamos o cuidado para não criarmos um coração tão opulento de nossas certezas que poderiam nos deixar incapazes de viver a mensagem evangélica.

Comentários

Anônimo disse…
Felizmente em nossa cidade elegemos um prefeito ligado aos mais nobres sentimentos cristãos, jovem frequentador da Igreja, ao contrário do atual, ligado aos comunistas e aos maus cristãos, sempre nos dizia o santo padre Vitor Batistela que as pessoas do antigo PTB e agora com o nome de PMDB eram pessoas do mal, e que tinhamos que evitar pois poderiam nos levar ao mau caminho, resta agora ao novo prefeito e seus secretários fazerem de tudo para limparem nossa cidade não só dos PMDB e do PT mas também das muitas seitas evangélica que estão levando nosso povo para a perdição. Rezemos que o espirito Santo os iluminem.Ass: Edwigwes Geremia da Costa, Nucleo 5

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