Sexta-feira – 21 de dezembro – Ct 2,8-14 Lc 1,39-45

III Semana do Advento

Pe. Valderi da Silva

No evangelho de hoje, nesta feira privilegiada antes do Natal, vemos Maria seguir apressadamente (cf. Lc 1,39b) à casa de sua parenta Isabel. Isto acontece logo após Maria ter recebido a visita do anjo do Senhor, anunciando a maravilhosa ação de Deus em sua vida. Esta atitude não deve ser vista como aconselhada ou imposta por Deus a Maria, já que o evangelho não deixa claro ter sido uma recomendação ou pedido do anjo para que Maria fosse visitar e acompanhar Isabel em sua gravidez. Deste modo, vemos na atitude de Maria uma preciosa atenção desta jovem escolhida por Deus, em correr para colocar-se a disposição para qualquer ajuda que poderia oferecer a Isabel, que sabemos ser, nesta altura de sua vida, alguém já com uma idade avançada.

É difícil não perceber que esta virtude da prontidão em ajudar os demais mesmo sem haver pedido, é próprio de corações formados pelo amor a Deus. Pessoas que seguem o exemplo de Maria e forjam-se nas virtudes por amor, sentem-se impelidos a prestar qualquer auxilio aos irmãos, mesmo que não se lhes peçam nada. Uma característica desta caridosa prontidão é o desinteresse, ou seja, a gratuidade sem qualquer pensamento de retribuição, pois é feito por amor, e ao amor não se lhe paga nada a não ser com o próprio amor.

Chegando em casa de Isabel, Maria é saudada como se já fosse esperada, algo que certamente aumentava em Maria sua admiração pela prodigiosa ação de Deus. Isabel dá o primeiro louvor a Virgem Maria e ao mesmo tempo é a primeira a reconhecer as maravilhas de Deus em Maria.

“Bem-aventura aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu” (Lc 1,45). Maria é louvada pelas palavras de Isabel, sua parenta, elevando-a ao nível dos bem-aventurados, colocando-a ao lado de santos homens e mulheres que foram distinguidos com o adjetivo de “justo” e “santo” entre os homens. Maria é bem-aventura porque teve fé em Deus, nas palavras que o anjo lhe pronunciava da parte de Deus. A respeito da fé de Maria, alguns podem pensar que por ter sido tão privilegiada por Deus desde o nascimento seria-lhe fácil crer em Deus, ter uma fé obediente, sem a dificuldade que um ser humano passa. Mas este pensamento não é justo com Maria nem com Deus. Dizer isso é eliminar a liberdade de Maria, é dizer também que Maria não tinha outra saída a não ser acatar a ordem do Altíssimo. Isto fere a própria intenção do plano salvífico que não pretende regatar o ser humano a força, contra a sua liberdade, mas resgatá-lo precisamente mostrando a necessária obediência a verdade, não com autoritarismo, mas com convencimento e amor. Maria amava a Deus, pois estava convencida de quem Deus era e de que tudo o que vem Dele não podia ser desgostoso ao ser humano. Mesmo ela, no anúncio do anjo, não viu a Deus especificamente, mas um anjo, ou seja, mesmo ali fora-lhe pedido a fé para que acreditasse que aquele anjo vinha da parte de Deus, e que portanto suas palavras eram divinas.

É a fé de Maria que a faz consentir com o plano de Deus, pois sabe pela fé, que Deus cumpri suas promessas, que não é mentiroso nem negligente. Isabel também vê isso, através da fé de Maria: “porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu” (Lc 1,45b). Por meio da fé de Maria, podemos nós aprender a amar mais perfeitamente a Deus e sermos mais prontos aos irmãos.

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