Terça-feira – Is 11,1-10 Lc 10,21-24

I Semana do Advento

Pe. Valderi da Silva

O livro do Profeta Isaías, traz muitas passagens sobre a esperança do povo na vinda do Messias, tratando daquele dia em que o Prometido virá para trazer a justiça e a paz sobre a face da Terra. É do profeta que escutamos as palavras desta primeira leitura, que nos fala precisamente o que se espera no dia da vinda do Messias esperado: justiça para os humildes e desprovidos; ordem para toda a Terra; destruição do mal; harmonia entre todos os seres da criação; o fim da morte que assombra os homens e a sabedoria de Sua presença sobre todas as criaturas (cf. Is 11,4-9).

Estas palavras podem dar a impressão de que não estão falando necessariamente do nascimento de Jesus, em Belém, pois não se viu o cumprimento de todas estas expectativas. De fato, esta passagem de Isaías pode ser entendida como referida a primeira vinda de Jesus, mas também a sua segunda vinda, aquela que se dará no fim dos tempos. Na primeira veio o Ungido de Deus, aquele em quem repousa o Espírito do Senhor (cf. Is 11,2), trouxe a sabedoria da Palavra de Deus, revelou-nos os mistérios de Deus apresentando-nos a face desconhecida Dele a toda humanidade. Revelou-nos a paz que vêm de Deus, como igualmente nos revelou a justiça que verdadeiramente brota de Dele e que faz jus a criação. Mostrou-nos a ordem das coisas, sabendo em quem pôr o coração, para que não invertamos o amor. Apresentou-nos a realidade do Reino de Deus, como ele é e será a medida que for realizado.

Mas também podemos ver nestas palavras, uma descrição profética do que se converterá o mundo na segunda vinda de Nosso Senhor. Uma realidade onde simplesmente Ele irá reinar, e assim o amor, a paz e a justiça. Onde a criação toda não mais estará a mercê das necessidades, paixões e vícios, onde se viverá na harmonia que brota da presença plena de Deus. Por isso, todas as criaturas conviveram como se nunca houvesse inimizade entre elas, como unidos pelo mesmo laço animador.

Jesus no evangelho se revela em sua exultação no Espírito Santo, que Ele é este Ungido de Deus, mostrando-se único conhecedor do Pai, assim como somente o Pai conhece o Ele, o Filho (cf. Lc 10,22). A sua relação íntima com o Pai lhe identifica como o Ungido esperado pelos profetas, aquele de quem fala Isaías, mas também aquele que se mostra como o Juiz dos tempos, aquele que virá em poder e glória no dia derradeiro, onde Céus e Terra se fundiram para inciar um mundo novo.

Os discípulos tiveram a graça e a felicidade de O ver e ouvir, de tocar e falar com Ele. Nós nos encontramos no tempo da Sua não presença visível como se apresentou aos discípulos, estamos no tempo da Sua palavra, não mais aquela passada pelos profetas, mas a que o Filho de Deus nos deixou, portanto estamos mais próximos do mundo novo anunciado por Deus.

Estas palavras de Jesus, “felizes os olhos que vêem o que vós vedes!” (Lc 10,23), de certa maneira, podem ser entendida também a nós, pois estamos num tempo de graça, onde não somente numa esperança como o povo de antes da vinda de Jesus, mas já temos a certeza de Sua vinda e de Sua palavra. Vivemos num tempo onde Sua graça é nos dada constantemente, nos beneficiando para caminhar ao Seu encontro com a perfeição dos filhos de Deus. O ouçamos com atenção, para também o vermos!

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