Com Maria viver o Ano da Fé

Tríduo na Capela Nossa Senhor de Fátima (Cohab, Sapiranga)

Pe. Valderi da Silva

Queridos irmãos e irmãs.

Nos é proposto neste dia, refletir sobre a relação de Maria com o Ano da Fé, e nisto viver este ano de graça junto com Ela. Primeiramente, não imagino companhia melhor para vivermos este ano especial, em que tocamos o fundamental para todo cristão, fundamental para nossa vida aqui e futura!

O Papa emérito Bento XVI, escreve na carta apostólica Porta Fidei (n.13):

Pela fé, Maria acolheu a palavra do Anjo e acreditou no anúncio de que seria Mãe de Deus na obediência da sua dedicação (cf. Lc 1, 38). Ao visitar Isabel, elevou o seu cântico de louvor ao Altíssimo pelas maravilhas que realizava em quantos a Ele se confiavam (cf. Lc 1, 46-55). Com alegria e trepidação, deu à luz o seu Filho unigénito, mantendo intacta a sua virgindade (cf. Lc 2, 6-7). Confiando em José, seu Esposo, levou Jesus para o Egipto a fim de O salvar da perseguição de Herodes (cf. Mt 2, 13-15). Com a mesma fé, seguiu o Senhor na sua pregação e permaneceu a seu lado mesmo no Gólgota (cf. Jo 19, 25-27). Com fé, Maria saboreou os frutos da ressurreição de Jesus e, conservando no coração a memória de tudo (cf. Lc 2, 19.51), transmitiu-a aos Doze reunidos com Ela no Cenáculo para receberem o Espírito Santo (cf. Act 1, 14; 2, 1-4).

Querendo deixar-nos esta imagem de que a fé foi fundamental para Maria, é que Bento XVI faz este apanhado dos vários momentos em que de Maria foi-lhe pedido esta resposta a Vontade de Deus. E aqui temos de Maria o exemplo mais sensível a nós: uma resposta imediata ao que em cada momento ser-lhe era pedido. Esta prontidão na resposta somente é capaz a quem alimenta em si uma grande confiança em Deus, em quem não se deixa esmorecer na fé, em quem busca conhecer melhor sua fé ao mesmo tempo que vive-a diariamente, pois é assim que esta fé se torna força interior, algo que dá, então, esta capacidade de resposta imediata.

Juntamente com esta prontidão aparece em Maria a característica típica daquele que confia plenamente em Deus: a alegria. É precisamente sobre isto que fala Bento XVI em uma de suas catequeses sobre o Ano da Fé:

Na saudação do anjo, Maria é chamada «cheia de graça»; em grego o termo «graça», charis, tem a mesma raiz linguística da palavra «alegria». Também nesta expressão é ulteriormente esclarecida a nascente do alegrar-se de Maria: o júbilo provém da graça, ou seja, deriva da comunhão com Deus, do fato de manter um vínculo tão vital com Ele, a ponto de ser morada do Espírito Santo, totalmente plasmada pela obra de Deus. Maria é a criatura que de modo singular abriu totalmente a porta ao seu Criador, colocando-se nas suas mãos sem quaisquer limites. Ela vive inteiramente da e na relação com o Senhor; põe-se em atitude de escuta, atenta a captar os sinais de Deus no caminho do seu povo; está inserida numa história de fé e de esperança nas promessas de Deus, que constitui o tecido da sua existência. E submete-se de maneira livre à palavra recebida, à vontade divina na obediência da fé. (Audiência Geral. 19/12/2012)

Esta confiança plena em Deus, que podemos chamar de abandono pleno em Suas mãos, faz nascer a alegria. De fato, sabemos que Maria foi agraciada por Deus desde sua concepção, mas sua livre resposta a Deus é que configurou na realidade a eficácia da graça divina em sua vida. É precisamente esta mesma atitude que todos os cristãos precisam tomar de Maria em relação a vida de fé: saber-se agraciado por Deus, mas que somente minha atitude livre de responder a Deus ao que Ele me chama é que fará esta graça ser eficaz, ou seja, realmente produzir seus frutos, mostrar seus resultados. O primeiro deles é como este que Maria nos apresenta, a alegria por viver inteiramente nas mãos de Deus.

Maria foi exaltada pela fé, e nós hoje a exaltamos como Isabel o fez quando a viu pela primeira vez grávida de Nosso Senhor.

Isabel, esposa de Zacarias, ouvindo a voz de Maria ainda longe, sentiu a criança em seu ventre saltar, era o primeiro encontro entre o último dos profetas e o Messias. Isabel, num momento de inspiração divina exclama: “bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre” (Lc 1,42). Isabel reconhece a grandeza de Maria, pois sabe que Deus a chamou para uma grande missão, algo que mudaria as pessoas e o mundo. Isabel certamente, sente que seu filho terá grande papel neste evento, mas não deixa de louvar aquela que traz em seu ventre o bendito entre as nações. “Bem-aventurada aquela que acreditou porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu” (Lc 1,45). A fé de Maria não é somente reconhecida por Isabel, mas é tida a partir de agora como o modelo a imitar, pois naquela que acreditou nas palavras de Deus, será cumprido o que Ele prometera, por isso é bem-aventura, agraciada pela própria fé, mas também agraciada pela resposta ao chamado de Deus. (Blog VALDERI. Visitação de Nossa Senhora. 31/05/2012)

Este destaque da fé em Maria é excepcionalmente importante para a nossa própria fé, pois aprendemos na vida de Maria que é a fé que nos revesti de maior dignidade, que nos exalta ao mesmo tempo que nos alegra. Por este motivo, que neste Ano da Fé, um exemplo mais sublime de vivência da fé em Deus não poderíamos encontrar a não ser em Maria, aquela que acreditou mesmo sem compreender completamente, mas que nunca duvidou de Deus.

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