Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei e Senhor do Universo

2Sm 5,1-3 Cl 1,12-20 Lc 23,35-43

 

Caríssimos irmãos e irmãs.

Neste XXXIV domingo do tempo comum, temos a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei e Senhor do Universo. Solenidade esta que coroa o Ano Litúrgico que vivemos guiados pelo Evangelho segundo São Lucas, e que a partir do próximo final de semana – I domingo do tempo do advento – dará lugar ao Evangelho segundo São Mateus.Jesus Cristo Rey [Felix Granda] Santuario de la Gran Promesa Valladolid

Esta solenidade de fato é para coroar, mas não para que nós coroemos o final de algum ano como se tivéssemos a necessidade de fechar bem um período onde vivemos alegrias, angústias, tristezas e descobrimentos. Se trata de deixar coroar ou deixar reinar, e isto logo vemos nesta liturgia de hoje, pois se trata precisamente de DEIXAR REINAR O SENHOR E REI DE TUDO, Nosso Senhor Jesus Cristo.

Ao ouvirmos este Evangelho da Paixão, de imediato surge em nosso interior uma certa perplexidade: por que a Liturgia, para celebrar uma festa grandiosa como a de Cristo Rei, terá escolhido um texto todo ele feito de humilhação, blasfêmia e dor?

Tanto mais que, em extremo contraste com esse trecho de São Lucas, a segunda leitura de hoje nos apresenta Jesus Cristo como sendo “a imagem do Deus invisível, o Primogênito de toda criação […] porque foi do agrado do Pai que residisse n'Ele toda plenitude” (Cl 1,15.19). Como conciliar esses dois textos, à primeira vista, tão contraditórios?

(CLÁ DIAS, João S., O inédito sobre os Evangelhos. Libreria Editrice Vaticana. 2012, pg. 485)

Logo no início precisamos perceber que ao falar de Reinado de Nosso Senhor, não o devemos equiparar com o reinado exercido por algum ser humano, primeiramente por Jesus ser o próprio Deus. Desta maneira, seu reinado não é semelhante a algum reinado que vivemos ou vemos neste mundo, sendo assim compreensível as palavras de Cristo à Pilatos: “Meu reinado não é deste mundo...” (Jo 18,36). Para nós isto já tem um elevado significado, pois é latente a necessidade de que somente Jesus Cristo seja o Rei de nossa vida, que somente Ele a governe com mão forte. É por isso que, sabendo que Seu reinado não é semelhante aos reinados deste mundo, entendemos que daqui nada deve receber minha obediência como a Cristo, ou seja, desejando ardentemente que Nosso Senhor reine em nossa vida, devemos educarmo-nos a obedecer mais a Cristo que as tendências deste mundo.

Esta solenidade nos aponta algo necessário para o ser humano em geral: a necessidade de ordem, de submissão a alguém. Naturalmente precisamos nos colocar sob a guia e autoridade de um superior, para que ele nos ofereça uma direção onde andamos juntos, sob a mesma intenção. Assim fomos criados, somos inferiores a Deus, e é um erro constante da natureza humana complacente ao pecado, vez por outra, considerar-se acima de Deus. Uma demonstração disso é quando presenciamos alguém afirmando não ser tão necessário fazer o que Deus nos revela na Sagrada Escritura, ou que maliciosamente destorce palavras do Evangelho para desejar elevar sua opinião ao nível de verdade, principalmente referindo-se a Santa Igreja.

Vejamos que aqueles chefes dos judeus expressam o comportamento típico de quem não quer pertencer ao Reino de Cristo. “A outros salvou. Salve-se a si mesmo” (Lc 23,35), diziam diante de Jesus já pendente na cruz. Quantos agem da mesma maneira neste mundo, zombando de Cristo através de suas atitudes prepotentes, através de sua autossuficiência, através de sua vaidade doentia que não os deixa viver as virtudes do Reino de Cristo. Quantos zombam de Cristo ao virar-lhe o rosto através do comportamento contrário ao Seu Evangelho. Quantos “destronam” este Rei de suas vidas, colocando no Seu lugar ídolos: cantores, artistas de TV e cinema, esportistas, políticos, ideologias, filosofias, falsas religiões, e até o próprio trabalho!

Muitos olham para Cristo sem o conhecer, e como muitos no tempo de Jesus, procuram um Rei que apareça com a força, com a brutalidade, com a opulência característica de reinos terrenos guiados por “virtudes” fabricadas. Nosso Senhor mostrou qual o Seu trono, de onde passou a reinar sobre todo o universo: A CRUZ.

A liturgia nos apresenta este Evangelho, não para medirmos a grandiosidade de Cristo e Seu Reino – que são eternos! -, mas para que orientemos melhor nossa visão a respeito de Nosso Senhor e Rei, que nos dediquemos a imitar aquele que esta acima de nós, para nos governar, que assim como Ele demonstrou através do sofrimento, da humildade e da doação, o verdadeiro amor, nós trabalhemos para que as virtudes de Nosso Senhor e Rei sejam as nossas.

Por isso, na Santa Igreja de Cristo, nos colocamos como seus servidores, pessoas que reconhecem a superioridade daquele que esta sentado no Trono, daquele que governa com amor, que rege o mundo com justiça e misericórdia.

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