Ano A - I Domingo da Quaresma

Mt 4, 1-11
Pe. Valderi da Silva

Estimados irmãos e irmãs.

Acredito que, especialmente nos dias atuais, todos desejam viver longe do mal, longe daquilo que nos leva a infelicidade, nos leva a decepção e depressão. Este desejo acompanha de modo geral a todos os que vislumbram um ideal maior para a vida humana, algo que não se resuma somente em nascer, comer, dormir e trabalhar, mas algo que expanda nosso sentido interior, algo que surja daquela dimensão que não vemos com o sentido externo. Todo ser humano arde interiormente pelo ideal eterno, pois seu espírito o expande para a eternidade.
Neste I domingo da quaresma, encontramos Jesus no deserto, sozinho, passando propositalmente as privações desta situação: cansaço, calor, fome, sede! E é quando Jesus esta fragilizado corporalmente, que o "pais da mentira", "o tentador", se aproxima Dele, para num esforço lotérico, tentar Jesus ao pecado. Nosso Senhor parece desejar ser tentado pelo Demônio, e nesta impressão logo vemos que o incitador do mal não consegue fugir ao poder de Deus, que sutilmente o usa contra ele mesmo, pois Jesus, superando as tentações, mostra a nos e ao próprio Demônio que a natureza humana é capaz de ser mais forte que a tentação ao mal, auxiliado pela graça divina.
No início lembrava do anseio natural do ser humano para a eternidade, ou seja, o mais perfeito mundo, a mais perfeita vida. Este anseio se transformará em grande decepção e depressão quando não se põe de pé contra o pecado, incitado de mil maneiras pelo "pai da mentira".
Neste tempo quaresmal é sempre válido lembrar de nosso necessário esforço por travar esta luta interior, uma luta que primeiramente é espiritual mas que não fica somente neste campo, pois se faz necessário o agir extra spiritus, ou seja, também fora da vida espiritual. De fato, esta necessidade nos leva a mudar nossa vida, mudar nosso modo de ver as coisas e se utilizar delas. Especialmente num mundo tão negligente quanto ao critério da bondade ou não das coisas, pensamentos e atitudes, é preciso ser mais seleto quanto ao que apoiamos, lemos, assistimos e transmitimos. Nossa postura perante as coisas que nos cercam acabam por revelar nosso comprometimento com esta necessária luta interior contra o mal, em vista de adorar somente a Deus e a Ele servi-Lo (cf. Mt 4,10; Dt 6,13).
É preciso saber que neste mundo, o Mal deseja que desafiemos a Deus a somente nos sustentar, a nos prover, a nos servir! É a inversão que deseja o Mal, mostrando que o ser humano está mais ao lado do dele que de Deus, que sabe obedecer mais as necessidades do corpo que a necessidade do espírito que anseia por viver e servir a Deus, donde veio! Por esta razão, nosso empenho nesta quaresma, posso se voltar nestas duas linhas de batalha: ESPIRITUAL e VIVENCIAL. Espiritual quanto ao cultivo da oração, das obras de piedade e misericórdia. Vivencial quanto a nossa postura frente as investidas do mundo e das pessoas do mundo, e especialmente através das obras de caridade que revelam nosso desprendimento e nossa luta contra o egoísmo e o orgulho.
O ser humano não precisa somente das coisas materiais para viver, em realidade, sua primeira necessidade é da Palavra de Deus, fonte da Vida, fonte do reto viver neste mundo sem se corromper (cf. Mt 4,4).

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