O símbolo da fidelidade na Idade Média

É interessante como os símbolos possuem uma capacidade de expressar uma realidade cultural ou uma verdade objetiva. É fácil de constatar o quanto vivemos rodeados por símbolos, pequenas ou grandes coisas que foram criadas pelo ser humano para evidenciar algo que talvez apenas exista realmente no intelecto de quem a criou.

Evidentemente, existem símbolos que são comprovadamente expressão de algumas verdades ou valores benéficos ao ser humano, como a “pomba”, que convencionalmente, foi adotada como símbolo da paz, tão necessária ao bom convívio dos seres humanos neste mundo. Mas existem outros que podem alimentar ódio e morte, como a figura de um demônio (ou animal qualquer envolvido por uma áurea sombria), que não necessariamente precisa ser ligado a alguma expressão religiosa, mas que geralmente é ligado a algo não tão sadio ao ser humano.

A cada virtude humana também se pode ligar algum sinal que a represente. É neste sentido que encontramos na história humana, muitos sinais que tentam representar algumas caracteristícas ou virtudes humanas.

Na Idade Média a virtude da fidelidade - de maneira especial a fidelidade conjugal - era simbolizada por um cão, animal que dificilmente é infiel ao seu dono, a quem alimenta grande simpatia, e por isso, fica-lhe tão ligado. Segundo Alfred Carlier, escritor francês, na efigie das mulheres casadas era posto um cão aos pés de sua estátua, pois era o sinal de sua fidelidade conjugal ao longo dos anos em que esteve casada com seu marido.

Considero este símbolo muito interessante, pois mesmo em nosso tempo – na chamada pós-modernidade – facilmente entra-se em comum acordo que os cães são fiéis aos seus donos quando entre eles alimenta-se um laço de simpatia e cumplicidade. Considerando o relacionamento conjugal, não julgo estranho adotar este símbolo eternizando a virtude da fidelidade com que viveu a esposa para com o seu marido ou vice-versa. Acredito que mesmo na Idade Média (que a meu ver foram os séculos de ouro do ser humano, enquanto desenvolvimento humano e espiritual) existia a tentação da infidelidade. Mesmo ali, encontravam-se homens e mulheres que não sabiam honrar o sacramento do matrimônio que recebiam, vivendo como libertinos, pessoas de espíritos “ralos”, imanentes, tiranos de seus próprios espíritos não os permitiando que alçassem vôo para as alturas celestes.

Crescer na virtude, para no momento oportuno poder agir com fidelidade!

Especialmente lembro o que escrevia a um tempo atrás (Mulheres “evoluídas” e (in)fieis) sobre a “cultura” da infidelidade que especialmente a “professora mídia” está ensinando para os homens e mulheres de nosso tempo, algo que se tenta camuflar com os rótulos de pessoas “desenvolvidas”, “descoladas” e “modernas”. A infidelidade sempre será vendida de maneira mais fácil que a virtude da fidelidade, pois a virtude exige responsabilidade, exige tempo de formação, exige amor, mas principalmente exige fé. Tristemente vivemos no tempo onde o contrário da virtude é o mais procurado porque apresenta-se como mais fácil, rápido e prazeroso. Nisto surge a infidelidade como uma verdadeira chaga (Infidelidade: Chaga em nosso tempo!) que o ser humano deve enfrentar para não sucumbir ao pecado e talvez a morte eterna.

Mas creio também que a fidelidade não se expressa somente nos momentos de provação, pois é característica desta virtude o amor, o desapego, o sacrifício. Vivendo com estas caracterísitcas todos os dias da vida, mesmo que ainda não tenha-se recebido o sacramento do matrimônio, mais facilmente esta pessoa conseguirá viver na fidelidade e morrerá sendo honrado pela virtude que cultivou.

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