Shalom!
Vivendo o tempo da Quaresma, da Paixão, morte e Ressurreição de Jesus Cristo, encontramos um tempo muito propício para a reflexão acerca da vida cristã mediante a vida do próprio Senhor. É colocar-se junto Dele em cada passo daqueles dias derradeiros, de grande angústia e grande alegria para toda a humanidade. O crescimento espiritual pode ser estupendo em cada cristão que conscientemente aproveitar e viver com Cristo todos estes dias que a Liturgia da Igreja nos oferece.
É interessante também percebermos que não se esgota em algumas obras de piedade e misericórdia todo este tempo. Na verdade, para olhares atentos e espíritos que buscam ouvir mais que o toque do sino ou a reza do terço, estes dias podem nos levar a uma profunda consideração sobre a fragilidade do ser humano, e isto significa começar a encarar de frente nossa própria fraqueza, reconhecendo nossa condição frágil diante do mundo. Destacando nossa fragilidade não se deseja alimentar o desânimo, mas exatamente o contrário, visto que na compreensão cristã nunca esta realidade impediu o ser humano de exercer as melhores virtudes humanas e principalmente alcançar as virtudes divinas (teologais). Em realidade, é precisamante no reconhecimento de nossa fragilidade diante do mal e das inúmeras coisas e condições que podem nos impedir de viver a vida divina, que temos a chance de vencermos nossa fraqueza, e, como aquele atleta que busca sempre a superação física, buscar a “superação” na fé almejando a meta que é a santidade, ou seja, a perfeição (cf. Mt 5,48).
Tendo isto, podemos dizer que esta condição frágil do ser humano diante do mal, das coisas e condições que podem nos afastar da vida divina, é uma realidade no mínimo oportuna para o agraciamento por Deus, pois é trabalhando e vencendo nossa fraqueza diante das situações particulares e específicas, que temos a certeza de que a Graça realmente foi eficaz, porque não somente foi pedido a Deus, mas houve colaboração possibilitando com que a Graça pudesse fortalecer e frutificar. Nisto é ressaltado a necessidade de Deus e Sua Graça para que o ser humano possa vencer, superando a fraqueza oriunda desta condição frágil. Somente com Deus esta superação, retamente ordenada, é possível (cf. Lc 18,27).
Refletindo sobre nossa frágil condição, não podemos esquecer-nos de algo que deve sempre acompanhar nossas considerações: a esperança cristã, algo que diferente de uma mera “esperança fútil”, vazia e mesquinha, é o cordão a nos puxar para Deus e nossa santificação. Bem lembra o Santo Padre Francisco:
Nunca percamos a esperança! Deus nos ama sempre, mesmo com os nossos erros e pecados.
(@Pontifex_pt : 22/02/2014)
Por isso ser tão útil a nós refletir sobre a nossa frágil condição, pois não temos motivos para temer tal realidade, tendo a certeza de que, a esperança em Deus que nos move a viver apesar da fraqueza que pode nos fazer cair, é tão real e presente quanto à própria condição que humana.
Fragilidade e esperança, duas realidade na vida humana. Uma que existe aquém de nossa vontade, outra que somente se faz presente quando queremos buscar em Deus a verdadeira vida.
Com minha benção sacerdotal.
Pe. Valderi da Silva
Auxiliar Espiritual
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*Artigo publicado na Revista Decolores, n.18, ano VI
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