XVII Domingo do Tempo Comum

1Rs 3,5.7-12 Rm 8,28-30 Mt 13,44-52

Pe. Valderi da Silva

Fratres carissimi.

Nesta liturgia da Palavra Jesus continua a nos falar do Reino. No domingo passado Ele nos falava do Reino em si, ou seja, como ele é em sua composição (trigo e o joio), da sua função no coração do ser humano (fermento) e do seu crescimento (como um grão de mostarda). Agora Nosso Senhor nos fala da atitude do ser humano diante deste Reino.

Jesus nos fala em parábolas, e através delas vai aos pouco nos mostrando a atitude que o ser humano precisa tomar diante do Reino que se apresenta para ele. Por exemplo, como agricultor que encontra um tesouro escondido, sua atitude é de guardá-lo e protegê-lo para que não saia mais de sua posse. Semelhante atitude tem o homem que encontra uma jóia, a mais preciosa que já viu talvez a mais bela que encontrou. Pois ele não exita em vender tudo o que tem para possuí-la, tê-la consigo. Estes dois senhores não perderam tempo, muito menos ficaram ragateando diante do tesouro que encontraram, visto que imagiram nunca mais tem a mesma chance.

O Reino dos Céus é um tesouro, aliás, o único tesouro, o único bem realmente importante. Tanto que um homem que o possui tem tudo, mesmo que não tenha mais nada; enquanto quem não o possui não tem nada, mesmo que possua o mundo inteiro: Que servirá a um homem ganhar o mundo inteiro se vem a prejudicar a sua vida? Ou que dará um homem em troca de sua vida? – diz Jesus, isto é, se o homem não toma posse do Reino dos Céus nada têm (Mt 16,26).[1]

O cristão precisa tomar esta atitude do agricultor e do comprador de jóias como uma normativa de Nosso Senhor diante do Reino, e assim nos perguntarmos: O Reino de Deus têm valor de um tesouro ou de uma jóia precisosa? Sou capaz de largar as ninharias da vida em favor do grande tesouro que é o Reino de Deus? Tenho a capacidade de deixar tudo de lado quando esta em quastão viver contamplando a “jóia” precisosa que é a vida eterna e divina junto de Deus? Também podemos pensar neste tesouro que fala o Senhor: ele esta escondido, ou seja, é difícil de achar. Depois de dois mil anos de cristianismo, a Igreja de Cristo ainda é um “tesouro escondido” para muitos, ainda precisa ser encontrado por muitos homens e mulheres, pois é a Igreja a porta deste Reino dos Céus. Por este motivo reafirmamos a validade das missões e de tantas iniciativas evangelizdoras, a fim de mostrar este tesouro tantos que ainda não o encontraram.

Como já falava Nosso Senhor no Evangelho do domingo passado, hoje temos suas palavras sobre a realidade final da Igreja. De fato, a Igreja atingirá sua finalidade no juízo final, pois como rede cheia de peixes, terá a hora de selecionar os bons dos maus, aqueles que viveram eternamente no Reino dos Céus daqueles que serão lançados para longe de Deus, num lugar de solidão, tristeza e sofrimento eterno. Nesta rede encontramos todos os tipos de peixes, mesmo os bons nunca são iguais diante de Deus, todos tem um nível diferente de fé, de adesão a vontade de Deus. Vão existir aqueles que terão chegados no juízo final carregando uma vida de virtudes, de cumprimento perfeito da Lei de Deus. Também aqueles que fizeram somente o básico, aqueles que não se esforçaram muito para crescer na fé e no amor a Deus na Igreja. Junto a estes encontraremos os que viveram desdenhando a graça divina, aqueles que nem sequer moveram seus ouvidos para a Palavra de Deus. Estes se juntarão aos que perseguiram os filhos de Deus, aqueles que sem piedade mataram e matrataram os fiés seguidores de Cristo.

Observando a leitura do livro do Reis que aqui foi feita, observamos que a Liturgia da Palavra quer nos levar a uma maior adesão incondicional ao Reino dos Céus e tudo o que isso comporta como, a renúncia de nossa mesquinhez, a renúncia de nossos vícios e pecados, motivando para uma vida de santidade. O grande rei Salomão renunciou a chance de ser rico, ser poderoso, ser como um deus. Aproveitou a chance – que podemos chamar de graça! – para pedir aquilo que nenhum dinheiro ou poder humano pode comprar: virtudes e dons!

Jesus nos fala do Reino, este que somente será pleno na eternidade. Mas aqui já podemos viver as virtudes deste Reino, viver como se lá já estivéssemos. Na realidade, precisamos viver assim aqui para que, chegando a hora, possamos viver de fato, no Reino que nunca acaba.


[1] CANTALAMESSA, Raniero. O Verbo se fez Carne. Ed. Ave Maria, 2012, pg. 159.

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