Fofoqueiros “cristãos”, servos do Demônio

Algumas coisas são realmente incompreensíveis! Sem rodeio me refiro aqui neste artigo a uma delas: a fofoca, mas não somente a fofoca num modo geral, mas a fofoca feita por cristãos de outros cristãos, ou seja, fofoca entre irmãos.

Certa vez li um texto sobre os efeitos demoníacos da fofoca, e naquele momento até li com certo ceticismo, tentando contrariar um pouco tanta demonização da fofoca. Mas hoje, passados seis anos de sacerdócio, dos quais quatro vivi em pleno ambiente paroquial, não consigo deixar de assentir a tudo que li naquele texto. No entanto, é necessário uma reflexão do que é a fofoca, no que consiste.

Certamente alguém pode começar logo a se defender dizendo que é um bem que se faz alertando outros sobre possíveis atos ou posturas de alguém, que elas julgam não serem convenientes a um cristão. Pois é a partir desta suposta defesa que podemos começar.

Primeiramente, aquele que ouve algo de alguém (uma fofoca) não têm automaticamente o direito de passar adiante o que ouviu, pois, de onde nos vêm tal direito? Quem nos passou tal poder de disseminar notícias que nem podemos provar? Mas passando adiante, vejamos o seguinte: como posso dizer que faço um bem repassando uma suposta acusação sobre alguém que ouvi de um irmão na fé? Este certamente ouviu de outra que por sua vez ouviu de outra… Que bem existe na relatividade da verdade? Falta de filosofia e sabedoria (sem contar inteligência!) para quem pensa que faz um bem passando adiante notícias incertas. Sobre o conteúdo é preciso dizer que nem se pode chamar de “notícia” o que se passa de ouvido a ouvido, pois está repleto de julgamentos pessoais. De fato, quem ouvi nunca passa adiante sem completar com seu julgamento pessoal o que ouviu. Ora, quem pode julgar? Recebemos este poder Deus, por acaso? Mas não é Jesus Cristo quem diz “não julgueis para não seres julgados” (Mt 7,1)? Quem nos denominou juiz de nossos irmãos?

Mas se não bastasse só esta reflexão, quem se assoscia aos “fofoqueiros” não tem noção do chão onde pisa, pois desconhecem o poder devastador de uma fofoca, primeiramente para quem é julgado pela fofoca. Sua honra é maculada, sua vida é exposta muitas vezes de maneira injusta e cruel. Sua fama entre os cristãos passa a ser motivo de preconceito, e a vida cristã passa a ser farisaísmo para muitos.

Uma terceira reflexão em vista do fofoqueiro. A pergunta é muito simples: a quem ele beneficia promovendo, espalhando e aumentando uma fofoca? A Deus certamente não é, muito menos a comunidade cristã, e ainda menos a si mesmo, pois ele está servindo como causa de desunião, causa de escândalo entre os irmãos. Por isso, ele serve não a Deus mas ao Demônio e a seus ardis, é servo de Satanás, sendo um servo fiel ao seu plano de separação dos cristãos da Graça de Deus.

A fofoca em si é reflexo da miséria humana, incapaz de entender a Palavra de Deus que nos pede a amar o pecador sem assentir ao pecado, amar o irmão sem olhar para seus pecados pessoais. É lamentável saber que muitos cristãos em nossas paróquias vivem sem esta reflexão, servindo a “dois senhores”, a Deus e ao demônio, sem saber de fato que servem somente ao mal. É triste sabermos especialmente que os piores fofoqueiros vivem conosco, “comem o pão conosco”, vivem ao nosso redor, são “Judas” a trair os próprios irmãos.

Que Deus nos faça dignos do Seu amor, que Sua graça alcane-nos, perdoando nossos pecados a medida da nossa conversão e arrependimento.

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