Como se dará a ressureição: Estudo sobre ICor 15,35-53

Sempre alguém mantêm alguma dúvida no seu íntimo sobre a ressurreição dos mortos. Mas isto é um artigo de nossa é: Credo in carnis resurrectionem (Creio na ressurreição da carne). É fato que Cristo nos prometeu esta vida nova após a morte neste mundo, não há como negar isso, visto Suas palavras no Evangelho:
verdade de fé, expressa na Profissão de Fé:
  • Existe uma vida eterna = “…esses irão para o suplício eterno; e os justos para a vida eterna” (Mt 25,46)
  • Uma vida de recompensa pelo que se viveu = “receberão…e no futuro a vida eterna” (Mc 10,30)
Nestas afirmações de Jesus, olhamos para este texto da carta de são Paulo à comunidade dos Coríntios, pois dentre outros tantos, oferece material para estudo, além da oportuna reflexão. Existem vários pontos importantes para nossa compreensão sobre a vida eterna.
[35] Mas, dirá alguém, como ressuscitam os mortos? E com que corpo vêm? [36] Insensato! O que semeias não recobra vida, sem antes morrer. [37] E, quando semeias, não semeias o corpo da planta que há de nascer, mas o simples grão, como, por exemplo, de trigo ou de alguma outra planta. [38] Deus, porém, lhe dá o corpo como lhe apraz, e a cada uma das sementes o corpo da planta que lhe é própria.
Nestes primeiros versículos o Apóstolo das Gentes nos faz recordar das palavras de Cristo utilizando-se da semente como imagem para ilustrar aos ouvintes Sua mensagem. A compreensão sobre a necessária "morte" da semente para que nasça o broto e enfim a planta em seu vigor, é lembrada por São Paulo para nos falar sobre este corpo celeste, isto é, sobre o corpo ressuscitado, conforme a revelação de Jesus. Sutilmente aparece também a compreensiva diversidade dos corpos naturais, ou seja, a própria diversidade na natureza humana, seja psicológica ou estética. Não é o "corpo" da planta que é semeado para morrer, mas a potencialidade para a vida no corpo natural, mas também a potencialidade para a vida no corpo celeste. Esta potencialidade é o abstrato anímico, que faz vigorar o corpo natural, de modo que também é responsável pelo futuro vigor do corpo celeste.
De fato, a semente não é a potencialidade em si, mas também é um sub-corpo, pois morre para que o planta vigorosa surja. Passa este sub-corpo - chamado semente - para que surja e viva o corpo vigoroso - chamado planta. No entanto, morrendo um e surgindo outro, a potencialidade esta sempre presente, pois é o substrato anímico que faz viver.
[39] Nem todas as carnes são iguais: uma é a dos homens e outra a dos animais; a das aves difere da dos peixes.
Como já mencionado existe uma diferença perceptível nos corpos naturais. Entre os corpos celestes e terrestres existe uma diferença não apenas acidental, mas substancial: [40] Também há corpos celestes e corpos terrestres, mas o brilho dos celestes difere do brilho dos terrestres.
Esta diferença pela claridade é exemplificada pelo Apóstolo pela imagem das estrelas. Uma difere-se da outra pela intensidade da luz, pode haver estrelas com a mesma intensidade, isto então, no contexto aqui exposto, coloca muitas estrelas no mesmo lugar. A claridade diferenciada exemplifica a diferença entre os corpos terrestres - o meu por exemplo, ou o seu que esta lendo este texto - e o corpo celeste de um ressuscitado. [41]Uma é a claridade do sol, outra a claridade da lua e outra a claridade das estrelas; e ainda uma estrela difere da outra na claridade. De modo que, mesmo entre os corpos celestes - corpos glorificados - existe sim uma diferença, uma espécie de hierarquia gloriosa.
[42] Assim também é a ressurreição dos mortos. Semeado na corrupção, o corpo ressuscita incorruptível; [43] semeado no desprezo, ressuscita glorioso; semeado na fraqueza, ressuscita vigoroso; [44] semeado corpo animal, ressuscita corpo espiritual. Se há um corpo animal, também há um espiritual.
São Paulo já nos insere no objetivo de toda esta exemplificação: a ressurreição da carne, ou do corpo humano. Já tendo visto que existe uma diferença entre corpo natural (terrestre) e corpo celeste (glorioso), e também visualizando com o Apóstolo a hierarquia gloriosa entre os corpos celestes, percebemos que a ressurreição da carne não somente premia a vida virtuosa, mas glorifica a potencialidade elevando-a ao máximo de sua potência, realizando-a de maneira definitiva. Claro que esta potência aqui descrita é a alma, que criada por Deus, anima a vida do ser humano, mas que geme e contorce-se por realizar-se plenamente na abundância de Deus.
[45] Como está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente (Gn 2,7); o segundo Adão é espírito vivificante. [46] Mas não é o espiritual que vem primeiro, e sim o animal; o espiritual vem depois. [47] O primeiro homem, tirado da terra, é terreno; o segundo veio do céu. [48] Qual o homem terreno, tais os homens terrenos; e qual o homem celestial, tais os homens celestiais. [49] Assim como reproduzimos em nós as feições do homem terreno, precisamos reproduzir as feições do homem celestial.
A semelhança do que havia dito antes, de que a potência (alma) não vêm antes do corpo, São Paulo afirma que o que vêm primeiro no ser humano é justamente o corpo (carne), pois este corpo corruptível é aquilo que morre para o surgimento do outro corpo vigoroso, que animado e glorificado será celeste. Aqui vemos a referência perfeita a Cristo no "seguindo Adão", aquele que não é corruptível, mas que vive glorificado por ser a potência em ato, por ser a glória do "já é".
[50] O que afirmo, irmãos, é que nem a carne nem o sangue podem participar do Reino de Deus; e que a corrupção não participará da incorruptibilidade. [51] Eis que vos revelo um mistério: nem todos morreremos, mas todos seremos transformados, [52] num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta (porque a trombeta soará). Os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. [53] É necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que este corpo mortal se revista da imortalidade.
As palavras de São Paulo podem causar ainda hoje verdadeira revolta em algumas mentes estudiosas. Dizer que "nem a carne e nem o sangue podem participar do Reino de Deus" realmente cria em alguns alguma confusão. Mas pensemos no que nos trouxe até aqui: esta carne onde nos encontramos é corruptível, é mortal. Ora, no Reino de Deus, um reino por essência de incorruptibilidade, não possui espaço para a corruptibilidade de tal forma que este corpo, como não pode purificar-se a si mesmo, não poderá ingressar neste reino. Mas as portas deste mesmo reino não estão fechadas como já estiveram antes de Jesus Cristo. Na verdade, é São Paulo mesmo quem nos diz "os mortos ressuscitarão incorruptíveis", ou seja aqueles que no dia do juízo final já se encontrarem mortos desde a criação do mundo. "E nós...", isto é, aqueles que estarão vivos neste dia da segunda vinda gloriosa de Nosso Senhor, "seremos transformados".
Pois aí se encontra a revelação deste dia definitivo para a natureza humana, onde um novo mundo surgirá, onde somente haverá um reino feliz, sem o "joio" no meio do trigo. No dia desconhecido para qualquer ser humano, num abrir e fechar de olhos, quando soar a última trombeta ( ), os mortos ressuscitarão com seus corpos (carnes e ossos) que antes eram corruptíveis porque mortais, mas agora incorruptíveis,e os que se encontravam vivos não morreram para depois ressuscitarem, mas apenas terão seus corpos transformados num mesmo corpo celeste que os ressuscitados.

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