Tirado de Tradición y Acción | Tradução do espanhol Blog VALDERI
Poucos católicos tem consciência da
crise que poderá explodir na Igreja durante o próximo Sínodo dos Bispos a
realizar-se em Roma no mês de outubro deste ano, em um contexto de
enfrentamentos internos tão graves que lembram as profecias de Nossa Senhora de
Akita em 1973: “cardeal contra cardeal,
bispos contra bispos”. A lamentável corrente que, sob pretextos pastorais,
propõe relativizar a doutrina católica em matérias de família como divórcio e
homossexualidade, é encabeçada pela cúpula da Conferência Episcopal Alemã. O
intelectual católico Mathias Von Gersdorff, diretor da TFP da Alemanha, traz à
luz os catastróficos resultados da atuação destes prelados.
Como parte
da preparação do Sínodo da família de outubro de 2015, as dioceses do mundo
inteiro foram incumbidas de consultar a opinião dos fieis sobre o tema da dita assembleia,
o matrimônio e a família. As respostas do laicato alemão foram analisadas pela
Conferência Episcopal do país, que resumiu sua avaliação no documento
intitulado “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo de hoje”.
Enviado a
Roma, este documento, constituiria, por assim dizer, a descrição do
posicionamento dos católicos alemães frente ao tema, o qual servirá de base
para que o Sínodo elabore suas perspectivas pastorais.
Bem, o texto
elaborado pela conferência episcopal alemã revela uma situação desoladora. Se
seu conteúdo reflete de verdade a realidade nacional, o que mostra é que a
Igreja na Alemanha não exerce mais nenhuma influência sobre a opinião dos fieis
no que diz respeito ao matrimônio, a família e a moral sexual. E quanto ao
divórcio, as famílias mistas e os casais homossexuais, a julgar por esse documento
episcopal, os fieis teriam adotado inteiramente as ideias difundidas por
revistas, filmes e novelas imorais, ou por partidos políticos de esquerda como Bündnis 90/Die Grünen (Aliança 90/Os
verdes).
Em suma, o documento da Conferência Episcopal Alemã é
uma confissão do colossal fracasso do Episcopado nacional em defender a fé
católica e o Magistério da Igreja. E a delegação episcopal junto do Sínodo,
composta pelo Cardeal Reinhard Marx (arcebispo de Munich-Freising) e pelos
bispos Franz-Josef Bode (Osnabrück) e Heiner Koch (Desden-Meissen) deveria apresentar-se
diante da assembleia sinodal com cinzas nas cabeças e pedindo perdão por seu
fracasso.
Cardeal Reinhard Marx Presidente Conferência Episcopal Alemã |
Bispos de
diocese pobres do Terceiro Mundo – como, por exemplo, do interior da Bolívia ou
da Nigéria – poderiam interrogá-los com perguntas como estas:
- como pode
uma Igreja tão rica ter gastado tão pouco no ensinamento da verdadeira doutrina
católica sobre o matrimônio e a sexualidade?
- Por que o
conteúdo das encíclicas dos Papas Bento XVI e João Paulo II (Familiaris Consortio) e Paulo VI (Humanae Vitae) permance desconhecido ou
não é levado a sério?
- Por que a
Encíclica Humanae Vitae foi questionada
pela Declaração de Königstein dos bispos alemães?
- Quanto
dinheiro investiu a Igreja Católica da Alemanha para combater as influências
perniciosas da televisão, da Internet e de outros meios sobre as pessoas?
- Que
medidas catequéticas foram tomadas para manter vivo nos fieis a adesão à doutrina
católica?
... e outras
similares.
Poderiam
acrescentar-se ainda algumas mais incômodas, uma vez que a doutrina da Igreja
sobre o Matrimônio e sexualidade esta intimamente ligado a sua cristologia. Se na prática muito poucos alemães seguem
também a moral matrimonial e sexual católica, cabe perguntar-se até que ponto
eles também aderem ao núcleo da fé, como, por exemplo, a divindade de Jesus
Cristo, a sua ação salvífica como vítima expiatória e redentora, a Ressurreição,
etc.
Diante desta
catástrofe pastoral, assusta ver que os bispos alemães têm, inclusive, a triste
coragem de apresentar exigências ao Sínodo. A doutrina, segundo eles, deveria
ser “mais desenvolvida”; a Igreja deveria mostrar “apreço” pelas relações
extramatrimoniais e homossexuais, e assim por diante. Mas em resumo, que
resultados podem mostrar tais prelados que os qualifiquem a apresentar
semelhantes exigências?
Não é de
estranhar que por toda parte os católicos se estranhem diante da posição da Igreja
da Alemanha. Até o mesmo Daniel Deckers, jornalista encarregado de temas
referentes a Igreja Católica no Frankfurter
Allgemeine Zeitung e distante de ser um conservador, escrevia em 21 de
abril de 2015: “acentuam agora sua proposta do ano passado, de permitir sob
certas condições o acesso de católicos divorciados e que voltaram a casar aos
sacramentos da penitência e da eucaristia. Até o momento a Conferência
Episcopal Alemã é a única no mundo que defende este ponto de vista”[1].
De fato, o
que pretendia a final, a Conferência Episcopal Alemã com o referido documento A Vocação e a Missão da família na Igreja e
no mundo de hoje. Da diocese de Essen – com aproximadamente 850.000 almas –
chegaram 14 respostas individuais ao questionário. De Maguncia (740.000 almas)
veio o total de 21 respostas. De Magdeburgo (86.000 almas) veio 18. Não é
necessário ter estudado estatística para saber que semelhante pesquisa de
opinião não tem nenhum valor. O que a Conferência Episcopal Alemã deveria ter
informado ao Vaticano seria: “Lamentavelmente não foi possível saber o que os
fieis pensam acerca do matrimônio e família, uma vez que não participaram da
pesquisa”. Mas ao contrário, esse órgão episcopal redigiu com base em uma
pesquisa sem valor, um documento recomendando a demolição da doutrina católica
sobre matrimônio e sexualidade.
Esperemos
para ver o que o Cardeal Marx e aqueles que o acompanham em sua posição, farão
até o Sínodo da Família. De qualquer maneira outro cardeal alemão, Walter
Brandmüller, presidente emérito da Pontifícia Comissão de Ciências Históricas,
já o advertiu claramente: “Quem deseja mudar o dogma é herege – inclusive se
estiver revestido de Púrpura”.
[1] Assim como os prelados
alemães, cardeal Walter Kasper e os demais citados neste artigo,
vários purpurados de outros países, como os cardeais Lorenzo Baldisseri de
Itália, Oscar Rodríguez Maradiaga de Honduras, João Bráz de Aviz do Brasil, e numerosos bispos, compartilham da posição liberal do episcopado alemão (N.T.)
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