Ministério Petrino: algo não esta bem

No ano de 2013 o mundo católico foi pego de surpresa por um anúncio surpreendente: o então Papa Bento XVI dirige-se a alguns cardeais e anuncia sua decisão de renunciar ao exercício do ministério petrino, algo muito raro de acontecer na Igreja Católica.
Sua decisão foi motivada pela idade avançada e pelo amor a Igreja, desejando um guia com vitalidade suficiente para conduzir o rebanho em tempos difíceis. Isto foi o que nos deixou entender Bento XVI no seu discurso. Mas como muitos, não sei se esta é a real situação.
Antônio Socci traz a luz uma interpretação, que pode ser pessoal mas não é fácil de se negar, onde o que estaria acontecendo de fato seria uma nova configuração do ministério petrino, ou seja, não mais um Papa, um guia visível portador das "Chaves", mas um ministério expandido, nas palavras do próprio Antônio Socci, citando o Revmo. Georg Gaenswein (secretário de Bento XVI e prefeito da Casa Pontifícia de Francisco):
“Desde a eleição de seu sucessor, Papa Francisco – no dia 13 de março de 2013 -, não há, portanto, dois Papas, mas na verdade um ministério expandido com um membro ativo e um outro contemplativo".
Como "ministério expandido"? Acaso faremos uma nova interpretação do mandato de Nosso Senhor a Padro:
ET EGO DICO TIBI, QUIA TU ES PETRUS, ET SUPER HANC PETRAM AEDIFICABO ECCCLESIAM MEAM, ET PORTAE INFERI NON PRAEVALEBUNT ADVERSUS EAM. ET TIBI DABO CLAVES REGNI COELORUM. (Mt 16,18-19a)
Entendo que a teologia, no seu desenvolvimento pode, como ciência, encontrar uma maneira de reinterpretar a própria mensagem de Jesus Cristo, assim como fizeram várias ideologias, e posso citar aqui a própria leitura marxista que tanto fundamentou a Teologia da Libertação. O axioma, "dividir para conquistar" sempre esteve presente naqueles esquemas ideológicos ambiciosos por modificar a própria realidade da situação a seu favor, pois existe no âmago da vaidade intelectual, o modificar a realidade conforme sua concepção.

Esta tentativa de "ministério expandido", falando de Bento XVI e Francisco, me leva a pensar nisso. Como dizem Antônio Socci e outros católicos mais conservadores, o argumento de renúncia de Ratzinger citando a debilidade na saúde já provou não ser verídica visto sua lucidez e força até o momento, após três anos.

Não falo em teoria da conspiração, mas numa possível tentativa em reinterpretar o próprio mandato de Nosso Senhor que a Santa Igreja obedece fielmente por todos os séculos de cristianismo.
Algo mais importante pode estar acontecendo no cenário teológico da Igreja desde o Concílio Vaticano II, já que esta claro que não temos "dois Papas, mas na verdade um ministério expandido", algo novo e complexo de se aceitar.
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Matéria de Antônio Socci: https://fratresinunum.com/2016/05/23/declaracoes-explosivas-de-dom-georg-ganswein-existe-um-ministerio-expandido-e-bento-xvi-ainda-e-papa-como-e-possível/

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