São Paulo: submissão e autoridade

 Um estudo de Carta aos Romanos capítulo 13, versículos 1-7.

"Aquele, pois, que resisti à autoridade, resisti à ordenação de Deus. E os que resistem, atraem sobre si a condenação".
Num mundo confuso em que vivemos, com uma sociedade débil e repleta de ideologias em sua grande maioria, aquém de Deus, é muito difícil encontrar a sabedoria a cerca da necessária autoridade. Isto acontece especialmente por causa das ideologias funestas que acabam, a seu modo, infectando as pessoas nos mais diversos ambientes de sua vida, e elas crescem sob o domínio ideológico.

Uma autoridade não é somente necessária, mas fundamental para o próprio ordenamento natural da vida, pois sem ordem (o que seria o "caos") colhemos a degeneração da vida e não seu crescimento naquilo que lhe é próprio.

É interessante que não precisamos buscar grandes personagens em filosofia ou noutra ciência humana para compreender o suficiente sobre a necessidade da autoridade e da submissão à ela. No Novo Testamento encontramos não somente conselhos lindos, mas verdadeiras aulas para a vida humana, aulas que, se não assimiladas mas até desdenhadas, podem significar nossa condenação ao extermínio existencial. Apesar do tom meio exagerado, não duvidem de que a leitura do Novo Testamento faz muitos filósofos reavaliarem suas ideias ou fundamentá-las um pouco mais.

Hoje trago alguns versículos da carta de São Paulo à comunidade dos Romanos (13,1-7). Estes versículos trazem uma visão quase beatífica deste apóstolo sobre a legitimidade da autoridade e a necessidade de submissão à ela. Muitos já teologizaram o suficiente sobre tal perícope paulina, mas garanto-lhes que este não é o caso destas poucas palavras. No versículo colocado no topo deste artigo, encontramos não uma mera "maldição" sobre o rebelde, mas uma revelação sobre seu destino infeliz, que num futuro próximo ou ainda longe, se lhe apresentará, sem convite nem respeito. Ser-lhe-á brutal a consequência da rebeldia ao ordenamento oriundo de Deus.

Muitos dirão que esta é apenas uma visão de quem possui fé, o que não esta de todo errado. No entanto, mesmo para o "sem fé em Deus", palpita-lhe o espírito humano e nele o que de mais profundo e misterioso senti. O que estes ainda não conseguem associar é justamente a necessidade de autoridade no ordenamento da vida humana à existência desta profundidade misteriosa do ser humano.

Nestes versículos, São Paulo nos faz entender algo que a ideologia anárquica deste tempo contemporâneo fez com que as pessoas interpretassem de maneira totalmente absurda. A autoridade possui poder para julgar, para trazer a justiça sobre o inocente mas também para levar à condenação o culpado.
"os príncipes não são para temer pelas ações boas, mas pelas más. Queres, pois, não temer a autoridade? Faz o bem e serás o seu louvor, porque ela é instrumento de Deus para teu bem. Mas, se fizerdes o mal, teme, porque não é debalde que ela traz a espada. Porquanto ela é instrumento de Deus vingador, para punir aquele que faz o mal".
Parece simples se lembrarmos daqueles conselhos maternos de outrora, "se não queres apanhar, não faça mais isso". Isto me faz lembrar da sabedoria divina  infundida pela fé nas pessoas mais simples.

Sem deixarmos de esquecer as complexidades do mundo moderno, com suas constituições nacionais, seus códices jurídicos e legislativos, necessitamos entender - e este é um ponto importante em minha visão - que tudo o que mais se aproxima da verdade divina, precisa se tornar o mais objetivo possível, como estes versículos de São Paulo, que todos sabem não se tratar de um ignorante em seu tempo. Assim, o temor é fardo indispensável na autoridade, tanto dela por não ferir a dignidade do poder, como dos súditos para não esquecerem ou desacreditarem da gravidade ao merecerem a ira do superior.

Este temor deve aparecer pela ira para que o submisso nunca esqueça ou se acomode na negligência da autoridade, mas também é preciso - e isto precisa ser um trabalho levado a sério - que o temor venha por motivo de consciência do bem e do mal: do bem feito ou do mal feito.
"É pois, necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo temor da ira, mas também por motivo de consciência".
Um governo sábio, age com autoridade suficiente por saber da necessidade de sua função e do reto uso do poder que lhe cabe, mas também trabalha arduamente nos meios que ajudem seus súditos na formação humana, pois a consciência é um vasto campo que necessita de formação e, apesar de começar pela família, os meios legais - como escolas e academias - que estão sob a batuta do governo, precisam continuar a não obstruir a formação das consciências na retitude moral e ética, dando-lhes capacidade de reagir sabiamente contra todo tipo de influência rebelde que tenta anarquizar o ordenamento divino na criação.

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