Falar-vos-ei do amor [parte I]

Quero falar-vos sobre algo nada banal. Desejo falar-vos sobre o amor, ou melhor, o que entendo, nestes bons anos de vida e experiência, sobre o que chama-se amor.
É interessante observar que as pessoas sabem muito bem pronunciar esta pequena palavra, no entanto, ao tentar defini-lá sempre encontram dificuldades, às vezes tantas que nada conseguem dizer. De fato, algum poeta já disse, "sobre o amor, nenhum conceito se diga". Especialmente em nosso tempo! Tentar demonstrar, e porque não dizer, provar o amor através de palavras, parece tão surreal quanto um unicórnio alado.

Talvez devesse começar por aqui, da fraqueza contemporânea das palavras para falar do amor.

Outrora, noutros tempos, parecia que a linguagem fora inventada somente para falar do amor, dele e para ele. "Amor por amor se basta"... Como se entende isso? Com certeza é necessário mais que arroubos sentimentalóides para conceber naturalmente uma afirmação como esta. O amor por amor se basta, se não se bastasse seria tão banal quanto a falta de qualquer "amor". A necessidade de amar, parece manifestar-se aos poucos, como que em doses homeopáticas, como algo naturalmente inscrito no DNA do ser humano. Sim. O amor, não creio que surja ex nihil, mas antes, compreenda-se necessário mediante as circunstâncias individuais. O amor cresce, nutre-se e forma-se aquém de imperfeições aparentes, quando existe a determinação de amar.

Repito o que julgo importante: O amor cresce, nutre-se e forma-se aquém de imperfeições aparentes, quando existe a determinação de amar!

Voltando ao início, e sabendo que nada equivaleria ao amor verdadeiro em poucas palavras, parece verdadeiro sim afirmar que o "amor por amor se basta", pois o que seria do amor sem sua própria ação?! Sim, penso ser necessário distinguir entre a realidade amor e a ação amor, dois conceitos diferentes, apesar de nada abstratos.

Quero começar pela "ação" amor, ou como alguns colocam em seus textos românticos, o verbo amor. Verbo amor, por ser algo flexível, dinâmico, ou seja, uma ação. Compreendendo que o amor deve crescer, formar-se, e assim, só poderia concebê-lo como uma ação, a ação de amar. Mas de que forma? Para mim, esta resposta não é objetiva, mas abstrata, apesar de que a ação em si seja objetiva enquanto forma de uma ação. Você começa a amar, amando. Você começa a formar o amor, amando. Você começa a amar, decidindo, enfim, amar. Por isso, que muitos afirmam ser o amor uma decisão, longe de meros apegos sentimentais ou estéticos.

Anteriormente falava da fraqueza contemporânea em falar do amor, isto pelo grande esforço que mundialmente se fez em banalizar a linguagem, banalizar o vocabulário, imensamente rico, apesar de sempre insuficiente, para falar do amor. Mesmo que você já tenha ouvido muito isso, direi-o novamente: use raramente a palavra amor, guarde-a para poucos momentos e raras pessoas. Assim, você estará salvaguardando uma palavra preciosa em seu vocabulário para demonstrar sua real importância.

Em nosso tempo, urge a necessidade de salvarmos nossa linguagem da banalidade, e podemos começar pelo amor. Afinal, qual tesouro mais precioso que não se expressaria pela "ação" amor?!

[continua...]

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