Falar-vos-ei do amor [parte II]

Anteriormente (aqui) já falava do amor como decisão e por este motivo, algo reflexo da vontade e da inteligencia. Acredito que por causa da corruptibilidade do ser humano esta seja a forma ordinária de amor, do verdadeiro amor por ser fruto de algo amadurecido, não de algo momentâneo, como a paixão que surge espontaneamente como se fosse numa GERAÇÃO ESPONTÂNEA.

Para mim, esta compreensão não exclui o chamado AMOR À PRIMEIRA VISTA, o que prefiro chamar de "amor puro", pois ele existe como uma forma extraordinária de amor, algo originalmente vindo da perfeição humana, que fora perdida quando do pecado original.

Depois de explicar esta diferença, posso continuar a falar do amor, do amor ordinário entre os seres humanos. E esta continuação precisa lembrar o que já fora escrito anteriormente, sobre o amor que forma-se, nutre-se e cresce, numa atividade natural segundo a naturalidade deste amor entre seres corruptíveis. Nas minhas palavras pode soar estranho e enfadonho este amor, no entanto é a realidade mais palpável que se pode viver na realidade contemporânea, mesmo conhecendo experiencias daquele amor chamado por mim de extraordinário. 

Mas, podemos ver beleza neste amor ordinário? Claro que sim! E podemos evidenciar os momentos em que a beleza deste amor faz-se presente na vida das pessoas, e acredito que todos podem demonstrar através das próprias experiencias esta beleza que em nada tem haver com os ilusórios contos de fadas.

Para perceber esta beleza é preciso estar ciente de uma virtude, da contemplação. De fato, sem contemplação não se pode enxergar a beleza dos gestos ordinários, aqueles do cotidiano, pequenas coisas que nem sempre estão acompanhadas de um um sonoro "te amo", porque no ato esta escrito a demonstração de amor. Por isso se diz GESTOS, porque não precisam de palavras, e são realmente poderosos na vida, pois neles demonstramos o que os outros sentidos precisam saber, o mesmo que os ouvidos tanto já sabem: que existe uma pessoa que decidiu nos amar.

Este amor muitos chamam apenas de amor intelectual, mas apesar das semelhanças, não pode categoricamente ser tido como mero amor intelectual.

Entendo que o amor intelectual mantêm as semelhanças com o amor ordinário até determinado ponto, pois este amor intelectual pelas coisas, ideias e pessoas, não passa da idealização, como algo platônico, que ama algo pelo conceito mesmo do amor, e realiza em sua mente as suas "demonstrações" deste amor, mas não chega a tocar a realidade do outro, não alcança a outra pessoa ou coisa. Este amor intelectual realiza-se muito bem nas ideias, não nas relações humanas. Diferente do amor ordinário, pois este é fruto da necessidade humana de amar na imperfeição, ou seja, neste amor o intelecto é servo, não fundamento.


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