POLIANA, PENDLETON E A EXISTÊNCIA DE DEUS

Quando escrevi pela primeira vez sobre a novela "As aventuras de Poliana", ainda não tinha assistido os diálogos da jovem Poliana como o misterioso sr. P sobre a existência de Deus. Sem notar aprofundamentos semânticos ou filosófico-teológicos, estes diálogos trazem pela simplicidade, a importante questão da existência de Deus, mas o mais importante está no indivíduo que sofre para reconhecer esta existência, e este indivíduo é representado pelo misterioso sr. P.

A jovem Poliana assumiu como tarefa pessoal demonstrar ao sr. P o seu erro, mesmo sendo um
Sr. P e Poliana
homem de inteligência acima do que a Poliana possa ter. De fato, a personagem tem este perfil do homem sério, reservado, autossuficiente, autodidata e que confia exclusivamente na sua capacidade intelectiva. É notório que pessoas deste perfil acabem por deixar a questão da existência de Deus de lado, e quando confrontado com ela, busquem no intelecto a resposta mais óbvia para a questão. Mas a resposta mais óbvia nem sempre advêm com os fundamentos que sustentam a mesma, e é por isso que o sr. P fica tão desconcertado com as respostas mais simples de Poliana para suas indagações.

O que o sr. P representa nesta história, no assunto em questão, é o sofrimento intelectual que sentem as mentes que resolveram abandonar conscientemente a questão da existência do Ser Absoluto, aquele que existe sem as provas materiais que a mente humana limitada ousa exigir. 

É fácil provar a existência de Deus? Não. Mas é mais difícil provar sua "não existência". Os argumentos usados para tal intento, o de provar sua inexistência sempre carecem de fundamento, como é o típico "se Ele existe, porque encontramos o sofrimento humano?". Neste exemplo, com um pouco de esforço intelectual e honestidade na análise, se percebe a falta de fundamento para o utilizar como prova da inexistência de Deus. O sofrimento que passamos em nada têm de haver com Deus, pois tendo a priori nossa liberdade e livre arbítrio, sabemos que todos os atos resultam em consequências para si ou para outros. Assim, Deus não pode ser nem o causador nem aquele que impediria qualquer sofrimento, pois desta forma não respeitaria nossa liberdade e consequentemente seríamos fantoches e não indivíduos com vontade própria. Evidentemente, como ser de poder absoluto, pode causar ou cessar um mal, mas o ponto central aqui é nossa liberdade que é o que torna tão especiais para Deus.

Outro motivo para pensar na existência de Deus em contraponto ao exemplo da existência do sofrimento, é o amor. Pois vejamos: o amor só é possível se existe liberdade, se existe o livre arbítrio para decidir dedicar-se ou não a um sentimento. Sem liberdade não falaríamos de amor, mas de falaríamos somente de obrigatoriedades. É impensável que alguém negue sua liberdade de amar ou não alguém, e é por isso que Deus existe, porque existe liberdade em cada um de nós. Voltando ao sofrimento, Deus, respeitando nossa liberdade de escolhas, espera que o ser humano seja capaz de suplicar-lhe auxílio, e somente assim o teremos Deus interferindo em nossos sofrimentos.

De modo que, argumentar a inexistência de Deus só por causa do sofrimento humano não traz prova alguma para negar a existência do Todo Poderoso.

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