Em 17 de julho, dia seguinte à celebração litúrgica de Nossa Senhora do Carmo, a Igreja rememora o martírio de 16 religiosas carmelitas durante a Revolução Francesa. Vítimas do ódio à fé que caracterizava uma parte muito relevante do assim chamado “iluminismo”, elas foram decapitadas em Compiègne, na França. (Aleteia)
A mui estimada França, terra de grande santos, do grande rei Luis IX da França (1214-1270), terra da inigualável santa Joana D'Arc, enfim, terra chamada de "filha primogênita da Igreja" por conta de sua postura de defesa da Sé de Pedro diante dos inimigos da fé. Pois foi justamente nesta terra que as forças malignas apostaram grande força para fazer andar o trem de perdição dos homens.
A chamada "revolução francesa" sob a bandeira de igualdade, liberdade e fraternidade, serviu eficazmente para expôr a força do inimigo da fé, e oferecer ao mundo inumeráveis exemplos de bravura e virtude. Esta revolução que desgraçadamente teve exito na França, perseguiu e assassinou brutalmente os membros da Igreja e qualquer fiel que publicamente ousasse colocar a fé acima do Estado. A revolução francesa é o exemplo máximo, cronologicamente, antes do marxismo russo, do empenho demoníaco de destronar Deus e colocar o homem como o "deus" do mundo.
Assim, esta famigerada revolução nos legou o martírio desta 16 carmelitas, que subindo ao cadafalso, cantavam vigorosamente o Veni Creator, como nos reza a tradição que chegou até nós. Um exemplo de virtude que dificilmente encontramos comparativos nos tempos modernos, e não me digam que não perseguição religiosa em nossos dias!
"ouvistes, condenam-nos pelo nosso apego à fé. Que felicidade morrer por Jesus Cristo!"
Fico extremamente comovido cada vez que revejo o filme "Diálogo das Carmelitas", de 1960. Um filme tão antigo que mal podemos decifrar direito as feições, no entanto, a serenidade virtuosa que estas carmelitas devem ter demonstrado neste dia de sua entrada no céu, foi perfeitamente capturada nas cenas.
É difícil não se colocar furioso com estes seres humanos do passado que abriram as portas para estas ideologias que hoje já causaram atrocidades mil. Pois vale lembrar, que o iluminismo predominante na revolução francesa foi apenas uma faceta do relativismo que subjaz no que aconteceu e no que esta acontecendo no mundo.
As 16 carmelitas mártires de Compiègne foram beatificadas por São Pio X em 1906, e seus nomes se pode conferir no quadro abaixo:
Nome civil | Nome religioso | Função | Idade |
---|---|---|---|
Madeleine-Claudine Ledoine | Madre Teresa de Santo Agostinho | priora | 41 |
Anne-Marie-Madeleine Thouret | Irmã Carolina da Ressurreição | monja, sacristã | 78 |
Anne Petras | Irmã Maria Henriqueta da Providência | monja | 34 |
Marie-Geneviève Meunier | Irmã Constança | noviça | 29 |
Rose Chretien de la Neuville | Irmã Júlia Luísa de Jesus | viúva, monja | 53 |
Marie-Claude Cyprienne (ou Catherine Charlotte) Brard | Irmã Eufrásia da Imaculada Conceição | monja | 58 |
Marie-Anne (ou Antoinette) Brideau | Madre São Luís | sub-priora | 41 |
Marie-Anne Piedcourt | Irmã de Jesus Crucificado | monja | 79 |
Marie-Antoniette (ou Anne) Hanisset | Irmã Teresa do Imaculado Coração de Maria | monja | c. 54 |
Marie-Francoise Gabrielle de Croissy | Madre Henriqueta de Jesus | antiga priora | 49 |
Marie-Gabrielle Trezel | Irmã Teresa de Santo Inácio | monja | 51 |
Angelique Roussel | Irmã Maria do Espírito Santo | irmã leiga | 51 |
Julie (or Juliette) Verolot | Irmã São Francisco Xavier | irmã leiga | 30 |
Marie Dufour | Irmã Santa Marta | irmã leiga | 51 |
Catherine Soiron | rodeira | 52 | |
Thérèse Soiron | rodeira | 46 |